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Renato Gaúcho diz que trabalho será carimbado por taça
Técnico do Flu esquece a modéstia e afirma que será o 1º
do país a conquistar a Libertadores como atleta e treinador
Polêmico, defende boleiros baladeiros, prefere a prática
à teoria e reafirma que um dia chegará a sua vez de
dirigir a seleção brasileira
DA SUCURSAL DO RIO
Próximo de se tornar o primeiro brasileiro a conquistar a
Libertadores da América como
jogador e treinador, Renato
Gaúcho deixou a modéstia de
lado às vésperas da decisão
contra a LDU, do Equador.
Em entrevista à Folha, ele
afirmou que os cariocas vão
"ser campeões", diz saber tudo
sobre futebol e declarou que
não gosta de teoria no campo.
Ao contrário dos técnicos
disciplinadores, Renato acredita que ""jogador não é escravo"
e permite que seus pupilos
caiam na noite desde que rendam depois no jogo.
O ex-jogador, que venceu a
Taça Libertadores em 1983
com o Grêmio, contou também
que deseja comandar a seleção
brasileira e afirma ter tido relação sexual com mais de mil
mulheres.
(SÉRGIO RANGEL)
FOLHA - Após perder a primeira
partida, você acredita no título?
RENATO - Nós vamos ser campeões. O time deles é bom, mas
sou mais o meu. Passamos por
vários gigantes, São Paulo, Boca
Juniors. Precisávamos fazer
dois gols no São Paulo e fizemos três. Por que não podemos
fazer três gols na LDU? Não estou falando da boca para fora.
FOLHA - Como você define o seu
estilo de trabalho?
RENATO - Gosto da prática. Não
gosto de teoria. Quando quero
que o jogador faça algo, eu mostro no campo. Por isso, acho
que tenho vantagem diante dos
outros. Este lado jogador me
ajuda muito. Conheço tudo. O
jogador não fica em dúvida.
Quando ele me olha, sei o que
está pensando pela experiência
que tenho. Na sala de aula, é diferente. O professor só mostra.
Prefiro mostrar na prática. No
futebol, a maior parte é dentro
do campo. Sei que ali é que eles
vão ganhar. Se ficar só na teoria, não se chega a lugar algum.
FOLHA - Você foi um jogador polêmico. Gostava da noite, namorou
belas mulheres, tomava cerveja. Um
jogador com o seu perfil tem espaço
neste time do Fluminense?
RENATO - Claro. O Renato jogaria porque era fora de série (risos). Prefiro um cara que saia
na noite, tome o seu chope, vá a
uma boate, mas chegue ao dia
do jogo e dê trabalho para o adversário. Não gosto destes que
vão dormir às 20h, tomam suco
de laranja, mas não vejo em
campo no domingo. Falo aos jogadores para fazerem o que
quiserem lá fora. Mas digo que,
dentro do clube, é comigo. Se
eles não renderem no campo,
eles ficam de fora. Agora, se fizerem a parada deles lá fora,
mas se garantindo no campo,
não tem problema. Jogador
não é escravo.
FOLHA - Você já disse que pretende
dirigir a seleção brasileira. Sente-se
pronto para o cargo?
RENATO - O treinador que fala
que não quer chegar à seleção é
um mentiroso. Não estou falando que é agora. Um dia vai
chegar [a oportunidade]. Vários já estiveram lá, mas deixa o
Dunga trabalhar.
FOLHA - Você já usou drogas?
RENATO - Isto é de cada um.
Nunca me envolvi com drogas.
Cada um é dono do seu nariz.
Não tenho nada contra, mas cada um vive sua vida. Não vou
mudar o mundo, mas não gosto
de drogas. Bebo o meu chope, o
meu vinho... Isto faz mais minha cabeça do que drogas.
FOLHA - É verdade que você fez
mais sexo do que gols?
RENATO - (risos) Muito mais
mulher (risos). Mas deixa isto
para lá. Eu transei com mil mulheres antes dos 20 anos. Segue.
Faça outra pergunta.
FOLHA - Qual a importância da Libertadores para a sua carreira de
treinador?
RENATO - Vai carimbar o meu
trabalho. Estou muito feliz de
ter chegado aqui, algo inédito
para todos. Podemos ganhar o
maior título da história do clube. Eu já estou na história do
Fluminense. Fiz o gol de barriga [que deu o título do Estadual
de 95] e agora ajudei a levar o
clube para a final da Libertadores. Quero ficar ainda mais importante. Além disto, serei o
primeiro brasileiro a conquistar a Libertadores da América
como treinador e jogador.
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