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Contra a Grécia, treinador tenta título inédito para lusos na Eurocopa e reconhecimento para a única profissão da bola que nunca teve o país pentacampeão do mundo no topo
Scolari joga hoje por Portugal e por última fronteira brasileira
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A LISBOA
O Brasil já teve, de fato, a melhor
seleção do mundo, o mais poderoso dirigente, o atleta do século e
até dois de seus árbitros apitando
final de Copa. Faltava um técnico.
Hoje, Luiz Felipe Scolari pode
mudar a história do futebol português e brasileiro ganhando a
Eurocopa. Como se fosse pouca
coisa virar o único homem a vencer a Copa e a Euro por equipes
diferentes, ele colocará em evidência, se bater a Grécia às 15h45,
uma categoria que estranhamente não teve nunca o prestígio que
poderia ou deveria ter no mundo.
O técnico de futebol do Brasil foi
visto quase sempre como um
acessório. Em especial na Europa,
paira secularmente um pensamento de que, com jogadores tão
bons, qualquer um é capaz de levar o Brasil ao título mundial. Vicente Feola, Aimoré Moreira, Zagallo e Parreira conseguiram isso,
mas ficaram muito distantes do
que Scolari pode alcançar hoje.
Anfitrião da Euro, Portugal deu
uma chance única ao técnico do
penta. Este agarrou a oportunidade, e sua consagração representará mudança significativa na forma como o técnico brasileiro é
visto no rico mercado europeu.
A história nunca havia visto a
seleção principal de Portugal em
uma final importante até agora. A
história só viu até hoje o alemão
Helmut Schön ganhar como técnico os dois mais importantes
torneios de seleções. E a história
talvez demore a ver outro treinador ser tão exaltado como Scolari.
O ""New York Times", os tablóides ingleses, a imprensa dos demais países europeus e a população portuguesa... O brasileiro
Scolari roubou a cena como nenhum atleta europeu na primeira
Euro que ""falou" português.
Barrando unanimidade nacional (Vitor Baía), apostando em
promessa (Cristiano Ronaldo),
colocando ídolo contra a parede
(Figo), mexendo com ousadia e,
principalmente, unindo um país
com um emotivo discurso, Scolari
escreve hoje o último capítulo de
sua Eurocopa, o capítulo que pode ser, de fato, o primeiro para os
técnicos nacionais na Europa.
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