São Paulo, domingo, 04 de julho de 2004 |
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FUTEBOL Calor cozinha favoritos e empurra Portugal e Grécia a decisão inédita "Quente", Eurocopa fecha temporada de surpresas
DO ENVIADO A LISBOA A Eurocopa foi um sonho de verão para Portugal e Grécia. O torneio de seleções mais quente do velho continente cozinhou favoritos de clima mais frio e levou para a final dois países que desfrutam de praias, sol e de um agradável clima no verão. Desde o início da disputa, no Dia dos Namorados, os jogos tiveram altas temperaturas, algumas acima dos 30C. Resultado: enquanto a gélida Rússia era a primeira eliminada da disputa, a efervescente Grécia surgia como a ""zebra" do evento. Nas últimas edições da Euro, os países-sedes eram mais frios: Bélgica e Holanda (2000), Inglaterra (1996), Suécia (1992) e Alemanha (1988). As nações mais quentes que haviam recebido a disputa eram Espanha (1964), Itália (1968) e França (1984), mas essas edições não reuniram tantos times e pessoas como a atual nem animaram tanto as torcedoras a mostrar o corpo nos estádios. Com Luiz Felipe Scolari inflamando os jogadores e os torcedores portugueses, os anfitriões foram derretendo os rivais. Nas quartas-de-final e nas semifinais, despacharam, respectivamente, ingleses e holandeses, que tiveram menos tempo para descansar -Portugal jogou o mata-mata sempre em Lisboa e com pelo menos um dia a mais de folga que o rival, o que se repete na decisão. Contra a Holanda, o jogo aconteceu sob uma temperatura de 28C em um ambiente seco (a umidade relativa do ar era 31%). Já os tchecos começaram de forma arrasadora a competição -venceram três partidas de virada na primeira fase-, mas não conseguiram manter o ritmo na prorrogação contra os gregos, visivelmente mais inteiros que os adversários, que chegaram à semifinal com 100% de aproveitamento. O jogo entre eles foi no Porto, com 23C e com uma umidade relativa do ar de 43%. O clima ajudou lusos e gregos, mas a inédita e inesperada decisão da Euro -a previsão para hoje é de até 29C em Lisboa- apenas fecha uma temporada de grandes surpresas. A Copa dos Campeões viu nas semifinais quatro clubes que não estavam entre os mais cotados: Porto, Monaco, Chelsea e La Coruña. O time português, que acabou campeão continental -só em 1988 um país (Holanda) conseguiu ter o título europeu de seleção e de clubes-, irá pegar em dezembro, em Yokohama, o surpreendente Once Caldas, equipe colombiana que superou o Boca Juniors na final da Libertadores. O futebol defensivo praticado pelo Once Caldas, especialmente fora de casa, é representado na Eurocopa pela Grécia, equipe que passou pelo mata-mata com duas vitórias pela contagem mínima. Portugal conta, além de um técnico brasileiro (Scolari), com um jogador (Deco), um auxiliar técnico (Flávio "Murtosa") e um preparador físico (Darlan Schneider) que nasceram no país do futebol. Nesta temporada, aliás, o Brasil deu verdadeiro show na Europa. Um total de 20 atletas brasileiros terminou a temporada com títulos nacionais nas principais ligas do continente. O Porto, campeão europeu, tem o brasileiro naturalizado luso Deco, Derlei e Carlos Alberto. O Valencia, vencedor da Copa da Uefa, possui Fábio Aurélio e Ricardo Oliveira. Talvez tanta influência brasileira tenha ajudado a Euro deste ano. A competição registra a boa média de 2,5 gols por jogo, como o Mundial passado. Houve partidas emocionantes, como o empate de 2 a 2 entre Inglaterra e Portugal (o último venceu nos pênaltis, com gol de goleiro) e os 3 a 2 da República Tcheca na Holanda, de virada, na primeira fase. E todos os jogos foram mostrados para o Brasil, muitos na TV aberta, o que aqueceu ainda mais o torneio no país do penta. (RODRIGO BUENO) NA TV - Record e Sportv, ao vivo, às 15h45 Texto Anterior: Scolari joga hoje por Portugal e por última fronteira brasileira Próximo Texto: Saiba mais: Clima e idioma ajudam técnicos fora do Brasil Índice |
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