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Morumbi é mais
nova vítima de
praxe jurídica
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Tornou-se praxe: quando
um clube é condenado a pagar uma dívida elevada, o
primeiro bem que oferece
para penhora é justamente o
mais precioso, seu estádio.
A explicação é simples. Dificilmente um estádio iria a
leilão, até mesmo pela falta
de eventuais compradores.
Dessa forma, os clubes ganham tempo no processo.
O caso mais recente é o
Morumbi. O São Paulo ofereceu 8,75% da arena como
penhora em um processo
movido pelo Ituano, que ganhou o direito de receber
US$ 1,52 milhão, 25% do que
o time da capital lucrou com
a venda do meia Juninho ao
Middlesbrough, em 1995.
O clube do interior, porém, rejeitou a oferta. E informou que vai pedir, em
contrapartida, o bloqueio de
parte do depósito do Milan
pela transferência de Kaká.
A partir do pedido do Ituano, o juiz vai definir que bem
do São Paulo ficará como garantia de pagamento da
ação, que pode ser acrescida
de juros e correções.
Procurado pela Folha, o
diretor jurídico do São Paulo, Kalil Rocha Abdalla, não
respondeu ao recado que foi
deixado em seu escritório.
Juvenal Juvêncio, diretor
de futebol são-paulino, afirmou que sabia que o clube
havia oferecido um dos seus
imóveis como penhora.
"Como é de praxe nesse tipo
de processo", completou.
Já o diretor de planejamento do clube, João Paulo
de Jesus Lopes, enfatizou
que não foi oferecido todo o
estádio do Morumbi. "Seria
uma coisa invendável. Não
existe isso. É apenas uma
parte, uma instalação. Mas
tenho certeza de que o São
Paulo conseguirá reverter a
questão. Ganhamos em primeira e segunda instâncias."
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