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Ministério Público tem liminar cassada de manhã e interpõe recurso à tarde; F-1 fala em cancelamento
GP Brasil tem "primeira largada" às 10h
EDGARD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL
A novela do cigarro não acabou.
Depois de a medida provisória 118
ter sido editada pelo governo federal, contestada na Justiça e depois liberada, um pedido de reconsideração protocolado às
16h30 de ontem pelo Ministério
Público Federal em São Paulo pode provocar mais confusão hoje.
Depois de seu pedido de liminar
ter sido cassado pela desembargadora Annamaria Pimentel, presidente em exercício do Tribunal
Regional Federal da 3ª Região, na
manhã de ontem, o procurador
Marlon Alberto Weichert refez o
pedido com o argumento de que a
intenção da ação civil não é a de
cancelar o GP, mas apenas impedir a veiculação de propaganda
tabagista no evento.
Sugeriu ainda que o TRF estipule o valor da multa caso o montante sugerido em seu pedido de
liminar anterior (a arrecadação
total do promotor) significasse,
na prática, a suspensão da prova.
Ocorre que Bernie Ecclestone,
homem-forte da F-1, que está de
volta a São Paulo após dois anos
de ausência, alertou ontem a Confederação Brasileira de Automobilismo que "os competidores
não mais participarão deste evento" caso a decisão seja por qualquer razão revertida. Até então,
Ecclestone ameaçava as edições
futuras do GP, não a atual.
A desembargadora prometeu
para às 10h de hoje sua decisão.
Ao derrubar a liminar do Ministério Público, Annamaria Pimentel
escreveu que a não liberação da
publicidade na corrida seria uma
grave lesão à economia da cidade
e a seus interesse sociais.
A MP118, que adiou o banimento da propaganda tabagista na F-1
até 2005, foi publicada anteontem
pelo governo federal. Na mesma
sexta-feira, à noite, liminar obtida
pelo Ministério Público Federal,
em São Paulo, abria caminho para
punir o governo e a promotora da
prova por ferirem o direito constitucional à saúde. A Advocacia
Geral da União e o corpo jurídico
da prefeitura, então, passaram a
madrugada trabalhando na peça
de defesa.
Paradoxalmente, enquanto se
discute a realização deste GP Brasil, circulou em Interlagos a informação de que a próxima edição
da prova não só vai acontecer como mudaria de data, fechando o
calendário de 2004. Hoje, Interlagos abriga a terceira etapa do
Mundial, após a Austrália e a Malásia. Mas, como a FIA estuda estender a fase asiática com a inclusão de um GP da China -ironicamente, por interesses da indústria do tabaco-, o Brasil seria
transferido para outubro.
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