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Fora da pista, Ferrari tenta brecar pirataria
DA REPORTAGEM LOCAL
Se nas pistas a Ferrari busca parar a arrancada da McLaren e da
Renault na temporada, fora dela a
marca italiana quer brecar os
avanços de uma outra equipe rival: a dos piratas.
Uma caça policial a produtos
falsificados que exploram o logotipo e o nome da mais badalada
das escuderias está em curso desde a última segunda-feira. E vai
ganhar reforço hoje, já que a pole
conquistada por Rubens Barrichello deve estimular um derrame de bonés (a R$ 10 pré-GP e
R$ 5 pós-GP), camisetas (R$ 15
pré, R$ 10 pós) sem precedentes
nos arredores de Interlagos.
A chamada "Operação Ferrari",
montada pelo Deic -Departamento Estadual de Investigações
Criminais- e solicitada pelo escritório brasileiro de advocacia
que defende os interesses da marca, tem apreendido material e
processado criminalmente ambulantes e até lojas de shopping
center que vendem ilegalmente
camisetas, bonés, bolsas e perfumes com a estampa da equipe de
Schumacher e Barrichello.
"Nos últimos anos, nos GPs
Brasil, somos solicitados para efetuar essa operação para a Ferrari.
Desde segunda-feira já conseguimos pegar muito material falso
nas ruas", afirmou o delegado
Paulo Fleury, do Deic, que na tarde de sexta-feira não tinha ainda
os números da operação.
"Costumamos apreender cerca
de 10 mil peças Ferrari falsas por
ano, em média. Esses produtos
chegam do interior e até de outros
Estados", disse Fleury, sem contar
os produtos cujas grifes fazem jogo de letras para se confundir
com a famosa marca italiana, como Ferrari e Ferari, por exemplo.
Mas a reportagem da Folha verificou, em uma volta pelo lado de
fora do autódromo, nas tardes de
sexta e de ontem, que ambulantes
circulavam em bandos por Interlagos faturando em cima da Ferrari, mesmo antes de a escuderia
cravar a pole position graças à
performance do piloto brasileiro.
Uma bolsa vermelha, estilo sacola, com o logo do cavalo preto
característico da empresa italiana,
que dobrada se transformava ainda em uma minibolsa, era vendida por R$ 20.
"Faço por R$ 15. Vai, R$ 10", facilitava o ambulante, que em uma
mão segurava a bolsa aberta e, na
outra, a versão míni, fechada.
Se os piratas da Ferrari estão
com a vida dificultada em Interlagos, alguns poucos ambulantes
que "representavam" outras
equipes circulavam à solta ontem
nas imediações do autódromo.
Foram vistas à venda até camisetas pólo piratas da Jaguar, equipe
do piloto brasileiro Antonio Pizzonia.
(LR)
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