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Atletas e deuses se encontram em Olímpia-500 a.C.
DO PAINEL FC
DA REPORTAGEM LOCAL
As Olimpíadas surgiram como um ritual religioso, que foi ganhando contornos de entretenimento com o passar dos
anos. Isso fica claro quando se comparam
as datas de construção das estruturas do
complexo onde ocorriam os Jogos.
O santuário, ponto central, concentrava os prédios mais antigos, como o templo de Hera, do século 7 a.C., e o Campo
do Peloponeso, um pouco mais recente.
Em torno do santuário havia um muro,
que o separava das demais instalações.
Assim como o pritaneu, o bouletérion
foi concluído no início do século 5 a.C. Na
mesma época foi erguido o principal prédio do santuário, o templo de Zeus. O
grande altar do deus, do qual as escavações arqueológicas não encontraram vestígios, estava ao lado do templo, em frente ao Campo do Peloponeso. Havia ainda
o altar de Zeus Hórkios, o deus da vingança, dentro do bouletérion.
O estádio arcaico, de data imprecisa,
não tinha aterros. A linha de chegada era
em frente ao altar de Zeus. Foi reformado
ao menos três vezes, a primeira no início
do século 5 a.C. Ficou num plano mais
baixo, e as laterais ganharam aterros, que
recebiam até 45 mil pessoas. Os juízes tinham o privilégio de locais reservados e
assentos de pedra, ao lado da pista.
Mais tarde, com a construção do pórtico dos Ecos, o estádio foi definitivamente
separado do santuário. Sobreviveu um
túnel ligando-o à área central, por onde
os atletas passavam antes de competir.
Nessa época, os bosques de Áltis já não
eram suficientes para abrigar os que viajavam a Olímpia -até 60 mil pessoas.
No século 4 a.C., o arquiteto Leônidas
de Naxos ergueu o Leonidáion, uma hospedaria para convidados ilustres. Possuía
quartos nos quatro lados, com vista para
o pátio. Era tão confortável que os romanos, após a conquista da Grécia, o transformaram em residência de seus oficiais.
A palestra, usada para o treinamento
dos atletas, foi concluída no século 3 a.C.
Seu formato era quase de um quadrado,
com pátio, vestiários, salas para ungi-los
com óleo, para retirar a poeira do corpo e
para banhos. A estrutura tinha ainda salas com bancos, para aulas teóricas.
O ginásio, que recebia provas de atletismo, é do século 2 a.C. O hipódromo não
foi escavado. Os arqueólogos que descobriram as ruínas, no século 19, crêem que
uma de suas partes tenha sido inundada
pelo Alfeu, um dos dois rios que banhavam Olímpia.
(FÁBIO VICTOR E LUÍS FERRARI)
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