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FUTEBOL
Brasileiro à européia
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem querer comparar a organização do futebol europeu
com a do futebol brasileiro, mas,
já fazendo isso, as notícias que
vêm de lá estão um pouco parecidas com o tradicional noticiário
futebolístico daqui. Em contrapartida, o Brasil se prepara, enfim, para um campeonato de dois
semestres, com turno e returno e,
possivelmente, pontos corridos
(pena que com 24 times, não 20).
Coluna recente, que tratava da
crise financeira que afeta o futebol europeu, recebeu algumas críticas porque passaria a idéia de
que a administração do esporte
no "Primeiro Mundo" é tão caótica quanto a do Brasil (seria um
"escudo" para os dirigentes nacionais que secularmente complicam o que é simples). Bobagem.
Todo mundo sabe que a Europa
dá um banho no Brasil em organização, mas lá também há espinhos, que devem ser expostos em
uma coluna que tem o futebol
mundial como objeto de análise.
O Campeonato Italiano, ainda
a liga nacional de futebol mais
significativa do planeta, corre o
risco de nem começar. Já foi atrasado em duas semanas, e nova
postergação está sendo discutida.
Clubes disputando a grana da
TV, televisão tirando jogos do domingo e os colocando em vários
horários, clube quebrado caindo
de divisão e time quebrado dando
a alma para ficar na Série A.
Se tudo der certo (oito pequenos
ganharem 10 milhões da TV, e
não 4,5 milhões; o presidente
da Roma não cumprir a ameaça
de não pôr o time em campo,
meio como Eurico Miranda; o filho de Muammar Gaddafi não implodir a Juventus; Berlusconi não
vender o Milan...), confira a ""domenica" inicial, que, na verdade,
é a segunda rodada:
Sábado, às 15h (cinco horas a
menos aqui), Inter x Torino e Bologna x Roma. Às 18h, Como x
Empoli. Às 20h30, Modena x Milan. Domingo (sim, domingo), às
15h, Lazio (sim, Lazio) x Chievo,
Juventus x Atalanta e Udinese x
Parma. Às 18h, Perugia x Reggina. Às 20h30, Brescia x Piacenza.
Lembra quando dava para ficar
domingo de manhã acompanhando na RAI simultaneamente
todos os jogos da rodada? Pois é.
Foi acertado agora que o domingo (o dia do futebol lá e aqui) deve ter no mínimo seis partidas.
São problemas da Itália, mas
que o Brasil conhece bem. Aliás
você deve saber que o moroso
Clube dos 13 não tem há muito
tempo 13 times. O que não deve
saber é que agora o G-14 da Europa não tem mais 14 membros.
Arsenal, Bayer Leverkusen,
Lyon e Valencia entraram no seleto grupo dos clubes mais poderosos da Europa. O critério primordial do G-14 para aceitar novos integrantes é que o postulante
tenha título europeu. O Lyon não
tem, mas "abriram as pernas" para a entidade ter três franceses
-para não ter mais de três italianos, Roma e Lazio foram vetadas.
Deixando de lamentar agora os
problemas do futebol na Europa,
volto a tratar do sonhado "Campeonato Brasileiro europeu".
O calendário da CBF não é perfeito, mas, seja feita justiça, é o
melhor que surgiu por aqui. Primeiro, o Nacional foi valorizado
como já deveria ter sido há muito
tempo. A Copa dos Campeões,
uma tolice, e os regionais foram
acertadamente dispensados. Os
Estaduais, pela tradição, ainda
vivem, mas enxutos. E, para os
elogios de uma coluna de futebol
internacional, o Brasileiro prevê
total interdependência com os interclubes sul-americanos.
Brasil-Inglaterra
Existiria um plano para dar uma pequena parada no Brasileiro de
2003 na metade do ano, mais ou menos como a parada de inverno
em alguns torneios europeus. Na Inglaterra, essa idéia começaria
nesta temporada, mas Richard Scudamore, chefe-executivo da
Premier League, aposentou o plano. No Brasil, não há problema
sério com clima (neve regular) e, pelo calendário, o torneio não
passaria pelas festas de final de ano. Por que parar? Se for para dar
férias aos atletas nacionais no mesmo período das férias dos europeus, talvez fosse melhor fazer o Brasileiro começar no segundo semestre e terminar no primeiro, como os torneios na Europa.
Copa do Brasil-Copa da Itália-Copa do Rei
A Copa do Brasil é legal, assim como copas nacionais européias,
mas esses torneios não se equiparam aos campeonatos. Alguns
questionam a participação garantida de times da elite (divisão
maior). Na Europa é assim, e grandes entram mais tarde. Ok.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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