DO ENVIADO A PEQUIM

Um clipping com publicações que trazem matérias sobre episódios de choro de Jade Barbosa, exercícios de relaxamento e concentração, e a vontade da atleta em abandonar a imagem de "chorona".
Esses são os instrumentos do qual Ruth Pauls, 53, psicóloga especializada em esporte e que trabalha com a seleção de ginástica, lança mão no acompanhamento de Jade.
""Já conversei com ela sobre esse assunto [choro]. Quando saem reportagens ou fotos dela chorando, recorto e depois mostro para ela", fala Ruth.
""É um trabalho pensado, de conscientização. Ela diz que não quer isso. Mas o nível de cobrança é muito alto, então, quando se frustra emocionalmente, ela pode até chorar."
A psicóloga compara o que aconteceu no aeroporto em sua chegada à China, quando Jade se apavorou com a multidão que a esperava, ao susto que a ginasta tomou no Pan.
""Ela disse que estava superbem, mas, quando viu todas aquelas pessoas gritando seu nome, se abalou. Agora a experiência se repetiu", diz.
""É a mesma situação do ano passado [no Pan], com uma grande tensão em cima das atletas. Todos esperam medalhas. Tem que se conscientizar de que terá milhares de pessoas", afirma a psicóloga.
A solução, ensaiada com Jade, é não ser surpreendida.
""Ela tem que pensar, "opa, o que está acontecendo? Eu sou uma atleta brasileira por quem todo mundo está torcendo! Estou em uma Olimpíada, e vai ter muito brasileiro lá. Opa, o que estou fazendo?" Aí adotar uma técnica de relaxamento e voltar ao normal", declara Ruth, que deu exercícios quase individualizados para as ginastas.
""Mas é errado achar que, devido ao que aconteceu no aeroporto [de Pequim], ela não vai ganhar medalha. São situações diferentes, não dá para afirmar nada." (EO)


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