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FUTEBOL
Empresas de telefonia patrocinam times, bancam jogos amistosos, dão nome a ligas inteiras e investem em estrelas
Indústria do alô investe milhões na bola
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o mundo da bola, nada é
melhor hoje do que ver as pessoas
passarem horas no telefone.
A indústria do alô, principalmente a de celulares, investe milhões de dólares em patrocínios
de clubes, competições oficiais,
promoções de jogos amistosos e
no pagamento de cachês de publicidade para astros do futebol.
Muitos dos clubes mais poderosos da Europa têm como principal investidor companhias do setor. Para estampar sua marca na
camisa do Manchester United,
por exemplo, a Vodafone, empresa inglesa de telefonia celular, paga US$ 12 milhões anuais.
Para não perder espaço para sua
concorrente, a também britânica
O2 acertou com o londrino Arsenal, principal rival do Manchester
United e que embolsa US$ 8 milhões por ano pelo patrocínio.
O Real Madrid, de Ronaldo, recebe US$ 10 milhões da Siemens
Mobile, que ainda patrocina outras 23 equipes européias, incluindo a Lazio e o Bordeaux.
Outro gigante europeu, o Bayern de Munique, também fatura
quase uma dezena de milhões de
dólares vendendo espaço na sua
camisa para uma empresa de telefonia celular -a T-Mobile, subsidiária da Deutsch Telekom.
Até os milionários amistosos da
seleção brasileira são viabilizados
pelos investimentos do setor. Nas
três partidas realizadas pelo time
pentacampeão nesta temporada,
o principal patrocinador era sempre uma empresa de telefonia.
Contra a China, quando a CBF
recebeu US$ 1,25 milhão, uma
companhia local bancou a festa.
Contra Portugal, em março, foi a
vez da Vodafone garantir boa parte da cota de US$ 450 mil.
Por último, em jogo que custou
US$ 800 mil só de cota para o México, o braço de celulares da Telefonica viabilizou o confronto.
Existem casos mais extremos,
como encampar campeonatos inteiros. Para ganhar espaço no gigantesco mercado chinês (são 200
milhões de usuários de celulares),
a Siemens Mobile gastou US$ 11
milhões para batizar com seu nome o campeonato da primeira divisão do país asiático. Além disso,
a empresa alemã também investe
nas seleções chinesas, tanto no
modesto time masculino como na
poderosa equipe feminina.
Ainda na Ásia, na última Copa
do Mundo compunham a lista de
patrocinadores oficiais da Fifa outras duas representantes de um
dos ramos mais vigorosos da economia mundial, uma da Coréia
do Sul e outra do Japão.
Pessoa física
Mas não é só nas pessoas jurídicas do futebol que os dólares das
telefônicas estão interessados.
Para alavancar suas vendas especialmente no Japão, a Vodafone vai pagar, por dois anos de
contrato, US$ 3 milhões ao astro
do Manchester David Beckham.
"Ele é o esportista mais conhecido na Ásia, está à frente de Tiger
Woods e Michael Jordan", explica
Peter Harris, diretor de patrocínios e mídia da empresa.
A guerra dos telefones, inclusive, pode afetar o futuro do capitão
da seleção inglesa, já que a Vodafone teria problemas em ver seu
garoto-propaganda atuar com a
camisa do Real Madrid com a
marca da Siemens estampada.
Colaborou Marcelo Sakate, da Reportagem Local
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