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Torcedor sofre até para entrar no estádio
DA SUCURSAL DO RIO
DO ENVIADO AO RIO
Mesmo com o menor público
em jogos da seleção no Brasil
nestas eliminatórias, os torcedores sofreram para entrar no
Engenhão. Centenas de fãs ficaram de fora depois do início
da partida. Longas filas eram
formadas nos dois principais
portões de acessos ao estádio.
"Isso é um absurdo. Com tão
pouca gente, os organizadores
conseguem fazer lambança",
disse o comerciante Marcos
Lemos, 29, que demorou cerca
de 20 minutos na fila para entrar no estádio ao lado da noiva.
A CBF informou apenas o número de ingressos vendidos
(31.429), e não o público presente no estádio. A PM (Polícia
Militar) estimou que foram ao
Engenhão 25 mil torcedores.
Durante o jogo, o público reagiu com gritos de "Bolívia" e
vaias para a seleção.
O ambiente antes do jogo, fora do estádio, era de campanha
eleitoral. Militantes de candidaturas à Prefeitura do Rio distribuíam panfletos e os tradicionais "santinhos". Candidatos à Câmara de Vereadores
eram propagandeados por carros de som e também por bonecos gigantes, como os do Carnaval de Olinda (PE).
Quando faltavam 30 minutos
para começar a partida, as arquibancadas estavam vazias e,
do lado de fora, o movimento
era pequeno, para a decepção
dos políticos que apostavam no
corpo a corpo com torcedores.
No jogo entre Brasil e Uruguai disputado no Morumbi
(SP), bastaram seis horas para
que as entradas se esgotassem.
Contra a Argentina, no Mineirão (MG), os ingressos acabaram em menos de dois dias. Na
partida entre Brasil e Equador,
realizada no Maracanã, depois
de quatro dias de vendas, não
havia mais bilhetes.
A pouca procura atrapalhou
os cambistas. Antes do jogo,
eles corriam em volta do estádio abordando os torcedores,
quase sempre sem sucesso,
pois as bilheterias vendiam ingressos de forma ordeira, com
policiamento suficiente para a
organização de filas.
Ao chegar ao Engenhão, o
presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, procurou minimizar a
ausência da torcida.
"A pouca procura dos torcedores por ingressos não faz parte do jogo. O que interessa é a
seleção brasileira no campo",
limitou-se a dizer o cartola.
No hotel, os jogadores não foram assediados. Ao contrário
de outras cidades, o saguão ficou vazio durante todo o dia.
Apenas crianças, que moravam ao lado do hotel, tentavam
autógrafos dos jogadores. Apesar do público reduzido, a PM
montou um megaesquema de
segurança com 600 policiais,
administrados pelo comando
do Gepe (Grupo Especial de
Policiamento de Estádios).
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