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PINGUE-PONGUE
Não duvide de uma mulher, diz Martina, que estréia aos 47
DO ENVIADO A ATENAS
Ela venceu 167 títulos individuais e 174 em duplas, mais do
que qualquer outro tenista
profissional, homem ou mulher. Amealhou US$ 21,1 milhões até o momento. Conquistou 18 torneios de Grand
Slam. E agora, aos 47, disputa a
primeira Olimpíada.
A americana Martina Navratilova entra em quadra hoje, ao
lado de Lisa Raymond, para
enfrentar a dupla Yuliya Beygelzimer/Tetyana Perebiynis
(Ucrânia). Não fale com ela sobre idade ou limitações. Ativista dos direitos de igualdade sexual, já se adianta: "As mulheres têm sido subestimadas há
milênios. Não duvide da nossa
capacidade. Idade não é problema".
(MARCELO DIEGO)
Folha - Por que você disputa
agora sua primeira Olimpíada?
Martina Navratilova - Em
1988 [Seul], eu estava realmente muito cansada, e a idéia de
pegar um vôo e atravessar o
mundo não me agradava. Em
1992 [Barcelona], queria jogar,
mas havia compromissos com
meus patrocinadores e eu tive
que disputar a Fed Cup. Em
1996 [Atlanta], já estava aposentada. Agora, voltei ao circuito profissional para pontuar e poder estar aqui.
Folha - Você julga estar competitiva para este torneio?
Navratilova - É engraçado. As
mulheres têm sido subestimadas há milênios. Não duvide
de nossa capacidade. Deixe-me contar uma coisa: no Colorado, uma nevasca surpreendeu as pessoas, que ficaram
presas por horas. Só homens
morreram. As mulheres sobreviveram. Isso prova do que
somos capazes. Não vejo a idade como problema. É algo superável. Você não morre
quando você faz 30 anos...
Folha - O que representa jogar
pelos EUA neste momento?
Navratilova - Isso não passa
muito pela minha cabeça. Para
mim, trata-se de competir e
tentar ganhar. Sei que os EUA
não são o país mais amado do
mundo, mas não há nada que
eu possa fazer a respeito.
Folha - A pressão é diferente?
Navratilova - Para mim, é a
de sempre. Jogo porque amo
este esporte. Às vezes, os resultados são bons; às vezes, não.
Folha - E outras formas de
pressão, como o temor de possíveis atentados à delegação
americana?
Navratilova - Atenas é hoje o
lugar mais seguro do planeta.
Não consigo entrar em nenhum local sem minha credencial, mesmo sendo conhecida. Por que me incomodar?
Acho que estamos ficando um
pouco paranóicos demais.
Folha - O que você pretende
fazer em Atenas, fora jogar?
Navratilova - Estou tentando
achar brechas para ver outras
modalidades e até mesmo para
conhecer esportistas de países
que não costumamos acompanhar muito no tênis.
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