|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔLEI
Presidente da CBV e técnico dizem que a polêmica da premiação já está superada
Bernardinho e família se dizem prontos até para a briga na estréia
LUÍS CURRO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
Bernardinho e a seleção brasileira começam hoje a pôr em jogo
tudo o que foi criado desde 2001,
quando o treinador assumiu uma
equipe desprestigiada pelo sexto
lugar nos Jogos de Sydney-2000.
Às 10h, quando o Brasil estrear
contra a Austrália no Estádio da
Paz e Amizade, pelo Grupo B, o
técnico também iniciará o que
classificou como "missão": conquistar o ouro.
Em entrevista à Folha antes do
embarque para amistosos na
França, na terça retrasada, Bernardinho disse: "A partir de agora, estamos em missão. Nada pode tirar o foco do time em relação
à busca da medalha. Que não haja
distrações, que a gente não incorra em armadilhas que se colocam
constantemente, seja de exposição, seja de perda de foco".
Só que, na discussão sobre a
premiação, iniciada na França
-onde o Brasil perdeu a invencibilidade que mantinha desde
agosto de 2003-, o "foco" foi
desviado, o que irritou Bernardinho, que culpou a imprensa.
Na quarta-feira, no primeiro
treino da equipe em solo grego,
questionados sobre se a premiação no caso da conquista do ouro
olímpico já estava definida, jogadores deram versões distintas.
Ricardinho afirmou que a Confederação Brasileira de Vôlei havia feito uma oferta e que os jogadores ainda fariam uma contraproposta. Nalbert, nomeado pelo
grupo para discutir com a CBV,
disse que Ary Graça Filho, presidente da entidade, ofereceu a renda de seis amistosos para ser dividida entre os atletas -a proposta
foi aprovada, mas haveria problema em relação às datas. Giovane
declarou que tudo já estava acertado, sem pendências.
Na quinta, mostrando-se nervoso, Bernardinho disse: "a proposta foi aceita, ponto. Basta".
Acrescentou que, se a seleção for
mal, "vão dizer que estava pensando em dinheiro'".
Graça Filho divulgou ontem os
valores: para os dois times, em caso de ouro, serão R$ 1,14 milhão.
Os amistosos servirão para aumentar o cachê. Se só uma seleção
vencer, leva o prêmio dobrado.
A exposição a que o grupo se
submeteu será um teste para o
que Bernardinho classifica como
"família". Antes da ida à Europa,
o treinador afirmou achar que
"esse grupo parece uma família,
que briga, se desentende, mas se
quer bem. Briga pelo melhor".
Os atletas aceitaram o batismo.
"Com certeza, no nosso grupo,
cada um ajuda a cuidar do próximo. É uma família mesmo, com
cobrança na hora do treino e do
jogo, mas com um relacionamento muito saudável", declarou o
meio-de-rede André Heller.
"Tem gente que fala que convive mais aqui do que com os parentes. Foi feita a família para chegar nessa hora, a decisiva", afirmou o também central Rodrigão.
E, para despertar mais a sensação de união em torno de um objetivo, Bernardinho exibiu aos
atletas trechos de programa de
TV que mostrou o comportamento da seleção na campanha
do tetra, dez anos atrás -Ricardo
Rocha, Parreira e Romário seriam
os exemplos a serem seguidos.
Tudo isso pelo ouro, que, se
conquistado, coroará o mais espetacular desempenho de um técnico em uma seleção brasileira de
vôlei: em 14 torneios, foram 11 títulos, entre eles o Mundial-2002 e
três Ligas (2001, 2003 e 2004).
NA TV - Globo, ESPN Brasil,
Sportv, Band e Bandsports, a
partir das 10h
Texto Anterior: Do softbol sai a musa que salva marqueteiros americanos Próximo Texto: Superfavoritismo é mito, segundo o treinador Índice
|