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PINGUE-PONGUE
Havelange vê seu plano concluído com a expansão
DA REPORTAGEM LOCAL
O brasileiro João Havelange, 88, foi o único não-europeu que presidiu a Fifa. E fez
isso por mais de duas décadas. Presidente de honra da
entidade, respondeu à Folha
sobre o centenário.
(RBU)
Folha - O que era a Fifa
quando o senhor a assumiu e
como ela cresceu tanto?
João Havelange - Quando
cheguei à Fifa, ela tinha como ponto de realização a
Copa. Desenvolvemos competições, cursos de arbitragem, administração, medicina e marketing. Houve o
compromisso de fazer nova
sede. A Fifa teve tranqüilidade para se desenvolver. Seu
auge foi em 1998. Atingimos
a receita de US$ 500 milhões.
Folha - Qual é a importância
da Fifa hoje e como é sua relação com a ONU e o COI?
Havelange - A importância
é transcendental. A Fifa reúne 204 nações, unidas e voltadas para a paz e o bem-estar da juventude. As relações
com ONU e COI são exemplo pelo valor do futebol como elemento pacificador.
Folha - Quais foram os principais momentos da Fifa?
Havelange - A fundação e a
realização da Copa 26 anos
depois. Após esses momentos, vale citar que a Fifa, no
último quarto de século, virou potência financeira que
é modelo para outras entidades e grandes empresas.
Folha - Por que a Fifa teve
tão poucos presidentes?
Havelange - Se isso ocorreu, foi pela qualidade dos
eleitos, que souberam manusear os interesses da entidade com dedicação, respeito à democracia, administrando de forma precisa.
Folha - Do que mais se orgulha de ter feito na Fifa? Há algo que se arrepende de ter
feito ou de não ter feito?
Havelange - Além de contribuir para o desenvolvimento do futebol, criando
diversas categorias, o futebol
feminino e o de salão, trouxemos à Fifa, após 25 anos
de ausência, a China. E a federação de Israel, baseada
em razão dos conflitos na
Uefa, o que lhe permite participar dos eventos da Fifa.
Lamento não ter realizado
jogo em Nova York, local da
sede da ONU, entre as seleções de Palestina e Israel.
Folha - Como viu as quebras
de ISL e Kirch e a crise financeira na gestão de Blatter?
Havelange - A Fifa de hoje
continua sua marcha de progresso em todos os setores.
O presidente Blatter, com
sua capacidade de administração, superou de forma
magistral essas falências.
Folha - O que achou da Copa
de 2002 em dois países? O que
espera da Copa na África e da
Copa de 2014 no Brasil?
Havelange - Quando cheguei à Fifa, queria ver a Copa
em todos os continentes. Em
2002, foi a Ásia. Em 2010, será a África, outro sucesso. A
Copa de duas sedes foi fruto
de proposta minha. Quem
viu o Mundial presenciou
um grande evento. A Copa
no Brasil será um sucesso do
nosso futebol, demonstrando o valor de sua organização e mostrando instalações
que beneficiarão no futuro.
Folha - Como sua relação
com a Fifa se desenvolveu?
Havelange - Na antiga qualidade de presidente da CBD,
tive muitos contatos com
membros das confederações
e com os dirigentes da Fifa.
Quando em 1971 fui indicado pela Conmebol, por unanimidade, como candidato à
presidência, meu primeiro
ato foi me dirigir a sir Stanley
Rous e mostrar minha intenção de ser presidente.
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