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Borges vê dom "artístico" em ex-colega de treinamentos
DA ENVIADA A PEQUIM
Quando dividia a raia com
Gustavo Borges durante os
treinos em São Paulo, César
Cielo já mostrava talento. Mas
ainda era cedo para tentar
prever onde iria parar o garoto de Santa Bárbara d'Oeste.
Ontem, mesmo antes de assistir à conquista da medalha
pelo ex-companheiro de treinos, Borges já tinha a resposta
para a pergunta que fazia havia mais de cinco anos.
"Os velocistas são meio artistas, têm todo um lado de
show. É só lembrar do Fernando Scherer, do Gary Hall
Jr. No atletismo também é assim. Eles têm essa atitude de
mostrar que querem aquilo
mais do que ninguém", afirmou o ex-nadador, dono de
duas medalhas de prata e duas
de bronze em Olimpíadas.
"César tem esse lado artístico de que precisa para vencer.
Tem atitude muito voltada
para vencer. Nas entrevistas, é
emotivo. Ele vive para esses
momentos, você percebe isso
quando ele está concentrado
no bloco de partida."
Borges acredita que o fato
de Cielo ter conquistado o
bronze nos 100 m livre o ajudou a se concentrar ainda
mais nos 50 m livre.
A medalha obtida pelo nadador foi a primeira individual do Brasil em 12 anos.
"Ele tirou um peso da consciência. Isso lhe deu uma
tranqüilidade tão grande que
ele está conseguindo desenvolver sua melhor natação. Se
ele não tivesse ganho a medalha, estaria sob pressão ainda
maior para os 50 m livre. Ele
havia saído desacreditado da
semifinal [dos 100 m]. Desde
que conseguiu a medalha, só
melhorou", afirmou Borges.
"Agora a garotada vai querer ser César Cielo. Ele tem
muito a passar e a dar para a
natação brasileira.
(ML)
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