São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2008

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Cidade natal faz festa, e avó espera com polenta

DA ENVIADA A PEQUIM

Dona Olga já vai estar com o frango e a polenta encomendados. Quando o neto voltar a Santa Barbara d'Oeste, no interior de São Paulo, já sabe a comida que terá de servir para mimar o campeão olímpico. "Agora, vou para a casa da minha avó porque estou com saudades da família", afirmou César Cielo após a prova. Pelo menos 500 pessoas, entre amigos e fãs do nadador, comemoraram ontem à noite, na cidade, diante de telão instalado na piscina em que ele deu as primeiras braçadas, aos oito anos, no Clube Barbarense. O nadador é muito apegado à família. Essa foi uma das suas principais dificuldades para se adaptar à vida nos EUA, quando decidiu se mudar. A mãe, Flávia, perdeu as contas de quantas vezes recebeu telefonemas do filho aflito, que não parava de falar. "Não adiantava dar conselhos, ele só queria desabafar. A gente ficava ouvindo", disse ela, em Pequim. "O César gosta de me ter por perto. Ela não precisa que faça nada para mimá-lo, mas gosta de todos perto. Só o frango com polenta da avó é essencial", brincou a mãe do nadador. Quando ele despontou nas competições pelo interior paulista, a família Cielo peregrinava de cidade em cidade para a disputa dos torneios, sempre acompanhando o filho. Nesse vai-e-vem, conheceu a família de Guilherme Guido, hoje amigo de seleção. A rivalidade na piscina definiu o caminho que cada um seguiria. Guido se tornou especialista no costas, e Cielo, no crawl. Ontem, antes da final, amigos, vizinhos e familiares viram imagens da sua infância, além de fotos de conquistas de equipes de natação. E faixas de parabéns a "Cesão", seu apelido. Amigo de Cielo, o estudante de engenharia aeronáutica Jader Segatto de Oliveira, 22, conta que começou a treinar com ele no início da década de 90. "Ele sempre brigou pelo primeiro lugar. É um cara determinado, bem-humorado e humilde", afirmou o amigo. O nadador chegou a tentar o judô, mas desistiu em seguida. O coordenador de esportes do clube, Vitor Paulo Silva, 28, conta que Cielo começou a treinar no clube aos 8 anos, onde ficou até os 14. "Já ganhava todas a competições regionais no começo da carreira." Houve muita festa na cidade ao término da prova: houve palmas, e alguns chegaram a chorar.
(ML)

Colaborou MAURÍCIO SIMIONATO, da Agência Folha, em Santa Bárbara d'Oeste



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