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NATAÇÃO
Por um centésimo, Phelps iguala marca lendária de Spitz
Fenômeno atinge sete ouros em uma Olimpíada e nada hoje para obter feito que buscava desde 2004
Final do 4 x 100 m medley, prova para Phelps levar o 8º ouro e sobrepujar Spitz, às 23h58
DA ENVIADA A PEQUIM
O norte-americano Michael
Phelps, 23, igualou o recorde de
sete ouros olímpicos de seu
compatriota Mark Spitz. E pode chegar ainda mais longe e estabelecer hoje a mais laureada
campanha da história de uma
única edição dos Jogos. "Ainda
não acabou", disse o nadador.
O sétimo pódio foi o mais sofrido. Phelps passou a primeira
parcial dos 100 m borboleta
com o sétimo tempo. Nos últimos 50 metros, recuperou-se e,
na chegada, tocou a borda da
piscina na última braçada, com
mais força, 0s01 mais rápido
que o sérvio Milorad Cavic.
Phelps cravou 50s58, novo recorde olímpico, e vibrou muito.
A delegação da Sérvia protestou, entretanto a Fina (Federação Internacional de Natação),
depois de rever o videoteipe da
prova, ratificou o resultado.
Em Pequim, Phelps tornou-se o atleta mais vencedor da
história das Olimpíadas da Era
Moderna, batendo Spitz, Carl
Lewis e Paavo Nurmi (atletismo) e Larisa Latynina (ginástica), todos nove ouros. Já soma
13. No total, tem 15 pódios, suficientes para se tornar, ao lado
do ginasta da extinta URSS Nikolai Andrianov, o homem com
o maior número de medalhas
em Olimpíadas. Tentará isolar-se hoje, às 23h58, no revezamento 4 x 100 m medley, quando, enfim, pode superar o feito
de Spitz em Munique-1972.
O maior fenômeno da natação mundial não foi escalado
para a eliminatória e, se quiser
levar a medalha, precisa pular
na piscina. Serão os últimos
100 metros de um ambicioso
programa de 3.300 metros e 17
provas. Em Atenas, nadou na
eliminatória, mas não na final.
Na China, Phelps já havia
vencido os 400 m e 200 m medley, os 200 m livre, os 200 m
borboleta e os revezamentos 4
x 100 m e 4 x 200 m livre.
Para a competição de ontem,
Phelps dizia estar preocupado.
Os 100 m borboleta prometiam
ser a mais complicada disputa
do americano. Era a única prova individual em que o nadador
não possuía o recorde mundial.
Além disso, carregava antiga rivalidade com o dono da melhor
marca do mundo, seu compatriota Ian Crocker.
Desde a derrota no Mundial
de 2003, Phelps almejava derrotá-lo. Conseguiu justamente
nos Jogos gregos, quatro anos
atrás, quando amealhou seis
ouros e dois bronzes.
Agora, teve forte concorrência do sérvio Cavic, que fez o
melhor tempo nas semifinais.
"Era minha última prova individual, então eu tentei terminar o mais forte que eu podia."
E Phelps, na batida, pôde.
Mas não poderá, devido à
prova de ontem, conquistar todos os ouros também cravando
recordes mundiais, como conseguiu Spitz há 36 anos na Alemanha.
(MARIANA LAJOLO)
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