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Conta olímpica para 2004 deve ir a R$ 100 mi
DA REPORTAGEM LOCAL
Graças aos recursos da Lei Piva,
nunca se gastou tanto na preparação da delegação brasileira para a
disputa de uma Olimpíada.
Em 1996, nos Jogos de Atlanta, a
conta olímpica -investimento
nas modalidades olímpicas, exceto o futebol, nos 12 meses anteriores ao evento- foi de cerca de R$
43 milhões, valor atualizado.
Quatro anos depois, em Sydney,
houve aumento de 91%, e o valor
chegou aos R$ 82,2 milhões.
Para Atenas, deve alcançar a cifra de R$ 100 milhões, de acordo
com estimativa da Folha, a cerca
de quatro meses do início dos Jogos, marcados para 13 de agosto.
A projeção foi feita com base em
dados do COB, confederações,
principais atletas de esportes individuais, Ministério do Esporte,
clubes esportivos e empresas que
patrocinam competidores ou
equipes para Atenas-04.
Em 1996, 93% dos gastos foram
bancados pelo governo.
Em 2000, a situação mudou, e
governo e iniciativa privada racharam a conta. O principal motivo foi o Vasco, que enviou 83 atletas aos Jogos de Sydney, 19 dos
quais voltaram com medalha.
O clube de Eurico Miranda,
com recursos do então parceiro
Bank of America, anunciou ter
gasto mais com a operação Olimpíada do que o próprio COB.
Para 2004, a situação voltou a
mudar, ficando mais semelhante
ao que aconteceu em Atlanta. O
governo, devido principalmente à
Lei Piva, deve arcar com 83% dos
R$ 100 milhões da conta olímpica
-dinheiro investido no esporte,
exceto o futebol, nos 12 meses anteriores aos Jogos.
Para equilibrar as contas entre
governo e iniciativa privada, Gisela Turqueti, diretora de marketing
da Samsung, sugere que os esportes sejam trabalhados de forma
diferente. "As empresas estão interessadas em como promover
suas marcas, então o desafio é fazer os esportes olímpicos ganharem mais visibilidade." Com isso,
segundo a executiva, poderão vir
os investimentos.
Mas Luiz Fernando Biagiotti,
gerente de publicidade e marketing esportivo da Fiat, acha que só
a visibilidade não basta. "Eles
[COB e confederações] têm que
nos procurar com um trabalho
profissional. Propostas de patrocínio recebemos muitas, mas temos que saber o porquê de escolher a X e não a Y."
Como Biagiotti pensa Gleidys
Salvanha, gerente de mídia da
W/Brasil, outra agência que não
foi procurada pelo COB ou pelas
confederações esportivas. ""[As
confederações] deveriam se organizar, contar com agências especializadas em transformar o atleta
em oportunidade tangível e concreta às empresas prospectadas. É
necessário medir o valor que esse
patrocínio agrega à marca."
Para Gleidys, o grande responsável pelo setor privado pagar
parte ínfima da conta olímpica
ainda é a falta de profissionalismo
dos esportes ditos amadores. ""A
atitude amadora como o esporte
olímpico é tratado quando o foco
é business [é o principal problema]."
(JCA E LF)
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