São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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Entidade culpa cultura por falta de investimento

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o COB, a dificuldade de conseguir patrocínio na iniciativa privada deve-se, em grande parte, a um problema cultural. ""O patrocínio do movimento olímpico é feito por empresas que investem na construção de suas marcas, e programas de construção de marcas são de longo prazo. No Brasil ainda não temos essa cultura", afirma Leonardo Gryner, diretor da Olympo, a agência de marketing do comitê.
O dirigente cita como exemplo de empresa com visão de longo prazo o Banco do Brasil, estatal que investe no vôlei e no tênis.
Ele diz ainda que foram procuradas diversas empresas, desde 1997, algumas por mais de uma ocasião. Por meio da assessoria de imprensa do COB, no entanto, explicou que não iria dizer quais foram "por uma questão de respeito aos clientes".
Segundo ele, os contatos foram infrutíferos porque, "por razões de suas políticas de marketing em cada momento, o investimento em esporte olímpico não era adequado".
Entre elas, deixa claro que não estavam empresas de varejo, pois não têm o perfil de investir pensando em retorno a longo prazo.
"Elas gastam praticamente toda sua verba de marketing para anunciar promoções."
Sobre as agências de propaganda, Gryner diz que "em todo o mundo a maioria dos negócios na área de patrocínios foi fechada diretamente com as empresas e muito raramente por intermédio das agências".
Ele acha também que "a falta de instrumentos seguros de aferição de retorno torna inseguro recomendar investimentos em esporte".
Outro argumento usado por Gryner é "a retração do mercado publicitário nos últimos anos".
Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, bate na mesma tecla. Logo depois do Pan-03, ele dizia que, sem o investimento do governo, o esporte, exceção feita ao futebol, teria dificuldades.
Com a criação da Olympo, Nuzman espera que a situação melhore. A agência começou a funcionar em março. (JCA E LF)


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