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Entidade culpa
cultura por falta
de investimento
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o COB, a dificuldade
de conseguir patrocínio na
iniciativa privada deve-se,
em grande parte, a um problema cultural. ""O patrocínio do movimento olímpico
é feito por empresas que investem na construção de
suas marcas, e programas de
construção de marcas são de
longo prazo. No Brasil ainda
não temos essa cultura",
afirma Leonardo Gryner, diretor da Olympo, a agência
de marketing do comitê.
O dirigente cita como
exemplo de empresa com visão de longo prazo o Banco
do Brasil, estatal que investe
no vôlei e no tênis.
Ele diz ainda que foram
procuradas diversas empresas, desde 1997, algumas por
mais de uma ocasião. Por
meio da assessoria de imprensa do COB, no entanto,
explicou que não iria dizer
quais foram "por uma questão de respeito aos clientes".
Segundo ele, os contatos
foram infrutíferos porque,
"por razões de suas políticas
de marketing em cada momento, o investimento em
esporte olímpico não era
adequado".
Entre elas, deixa claro que
não estavam empresas de
varejo, pois não têm o perfil
de investir pensando em retorno a longo prazo.
"Elas gastam praticamente
toda sua verba de marketing
para anunciar promoções."
Sobre as agências de propaganda, Gryner diz que
"em todo o mundo a maioria dos negócios na área de
patrocínios foi fechada diretamente com as empresas e
muito raramente por intermédio das agências".
Ele acha também que "a
falta de instrumentos seguros de aferição de retorno
torna inseguro recomendar
investimentos em esporte".
Outro argumento usado
por Gryner é "a retração do
mercado publicitário nos últimos anos".
Carlos Arthur Nuzman,
presidente do COB, bate na
mesma tecla. Logo depois do
Pan-03, ele dizia que, sem o
investimento do governo, o
esporte, exceção feita ao futebol, teria dificuldades.
Com a criação da Olympo,
Nuzman espera que a situação melhore. A agência começou a funcionar em março.
(JCA E LF)
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