São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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O PERSONAGEM

Judoca dependeu de "bico" para ir a Sydney-2000

DA REPORTAGEM LOCAL

O sucessor de Aurélio Miguel na categoria mais premiada do judô brasileiro, o meio-pesado, precisou fazer "bicos" como segurança para ir a Sydney em 2000.
Hoje, a situação de Mario Sabino, 31, principal nome da categoria que obteve quatro das dez medalhas olímpicas que o Brasil tem no judô, é bem diferente.
Como integra a seleção permanente desde a assinatura do patrocínio da Confederação Brasileira de Judô com a Coca-Cola, ele recebe uma verba da multinacional de refrigerantes há um ano.
Além disso, em dezembro do ano passado, após conquistar a medalha de ouro no Pan de Santo Domingo e o bronze no Mundial, o atleta assinou um contrato de patrocínio pessoal de um ano de duração com a Visa -um dos patrocinadores oficiais do Comitê Olímpico Internacional.
"Sei que a maioria das empresas procuram patrocinar os atletas no ano olímpico, mas o apoio que tenho hoje me proporciona uma condição de treinamento bem diferente da que tive para Sydney", declarou o judoca, que é policial militar em Bauru (cidade a 345 km da capital paulista).
Ele chegou até a fazer desfiles como modelo nos anos 90. Após o Pan de Santo Domingo, em agosto de 2003, Sabino foi condecorado pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo e pelo Comando Geral da Polícia Militar.
"Em 2000, ainda não havia entrado na PM. Tinha uma ajuda de custo de R$ 2.000 mensais, que vinha de uma importadora de Bauru. Para reforçar o orçamento, trabalhava como segurança. Hoje posso treinar com muito mais tranqüilidade", disse o judoca, que tem três filhos.
Ele acredita que um resultado expressivo em Atenas motive outras empresas a investir no esporte.
"Se eu conseguir uma medalha, acho que novas propostas de patrocínio surgirão. Se foi assim no ano passado com conquistas de menos repercussão, o cenário deverá ser mais positivo ainda depois de uma Olimpíada", diz o judoca. (JCA E LF)


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