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FUTEBOL
Ex-goleiro abandona firma de gerenciamento de atletas, abre nova empresa, mas grife permanece com o ex-sócio
Edinho deixa Pelé na mão de americano
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Para tocar a sua própria empresa, Edinho deixou o direito de uso
da grife de seu pai, Pelé, com uma
multinacional da qual o ex-goleiro santista inicialmente fazia parte. "Fui ingênuo ao não condicionar o uso da marca Pelé à minha
permanência na empresa", lamentou Edinho sobre a situação.
Em 2003, foi anunciada a criação da Global Pelé Brasil, empresa
especializada no gerenciamento
da carreira de jogadores. Tratava-se de uma parceria entre Edinho e
o americano Shep Messing, companheiro de Pelé no período em
que o brasileiro atuava no time do
Cosmos, da liga dos EUA.
No início deste ano, Edinho
abandonou a Global Brasil Pelé,
da qual era acionista minoritário
-detinha 10% das ações da empresa-, e fundou a Global Sports
Brasil em parceria com o empresário paulista Ibraim Bittar Neto.
Ao comentar a razão da separação, o filho de Pelé foi lacônico.
"Foi por causa da diferença de
pensamentos", resumiu o brasileiro. "Edinho saiu porque quis",
justificou Roy, irmão de Shep.
Apesar de ambos os lados afirmarem inicialmente que o rompimento ocorreu de forma amigável, Roy, que conhece o filho de
Pelé desde que Edinho era criança, reconhece não tê-lo mais visto
desde que deixou a empresa.
O norte-americano, porém,
afirma que o relacionamento com
Pelé segue intocado. "Acabamos
de negociar um comercial de Pelé
para a Pepsi no exterior", diz.
Por contrato, após o rompimento a Global Pelé Brasil reteve
os direitos exclusivos sobre a
marca Pelé para utilização em
empresa de gerenciamento da
carreira de atletas. O grupo afirma
que também pode usar a imagem
e a voz do ex-jogador -tal informação é negada por Edinho.
Os contratos da Global Pelé Brasil fechados com jogadores brasileiros também seguiram com ela.
Edinho afirma desconhecer o
funcionamento da ex-empresa.
"É, eles ficaram com a marca
Pelé, que, aliás, foi garantida por
conta de minha presença na firma
e a custo irrisório por três anos.
Mas é uma empresa pequena, não
acredito que terá condições de tirar proveito do nome ou atuar no
Brasil", prosseguiu Edinho, ao ser
questionado sobre como via o fato de outra empresa, e não a sua,
beneficiar-se da marca Pelé.
Porém a Global Pelé Brasil mantém um escritório no Rio e planeja abrir uma filial em São Paulo.
"Investimos US$ 1 milhão no
Brasil em 2003 e neste ano planejamos injetar o mesmo montante.
Hoje temos cerca de 40 atletas
brasileiros sob contrato", explica
Roy, ao afirmar que no mundo todo é cerca de uma centena.
A firma se propõe a atuar de três
formas, de acordo com a opção de
seus clientes e em convênio com
American Express, Nexia e banco
Merrill Lynch: assessoria na negociação de contrato e gerenciamento de imagem e dinheiro.
Apesar de inicialmente ter dado
a entender que a Global Pelé Brasil não merecia sua atenção, em
um segundo momento Edinho
alega ter sido traído e que considera entrar com uma ação para
recuperar a marca Pelé. Roy responde que não quer briga, mas
que está amparado legalmente.
Edinho quer organizar um tour
da mostra de Pelé, a mesma que
esteve no Masp: a primeira parada, o Oriente Médio, é em junho.
Edinho disse que sua empresa
cuida da carreira do corintiano
Piá e do palmeirense Baiano. Depois, afirmou que isso acontece de
modo informal, "por amizade", e
que a prioridade da Global Sports
Brasil é o trabalho com clubes.
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