|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Corintianos, palmeirenses e são-paulinos vivenciam crises simultâneas
"Trio de Ferro" compartilha frustrações na temporada
PAULO GALDIERI
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o Corinthians, o sonho da
conquista da Libertadores acabou. O São Paulo viu sua obsessão
pelo título da Copa do Brasil e a
consequente volta à competição
sul-americana ser de novo adiada.
Já o Palmeiras vive seus dias mergulhado em um pesadelo chamado segunda divisão e teme que o
poço em que se meteu seja ainda
mais fundo do que o imaginado.
A situação remete o futebol do
Estado a um panorama absolutamente impensado há só um ano.
O "Trio de Ferro" está em baixa
como poucas vezes na história.
Os maiores times da capital, responsáveis por um domínio quase
hegemônico no país durante toda
a década passada -conquistaram títulos de relevância nacional
e internacional de todos os níveis
-, passam violenta turbulência.
Financeiramente, a dificuldade
é enorme. Corinthians e São Paulo assumiram atrasos em pagamentos aos atletas, jogando no lixo a fama dos grandes paulistas
de ""bons pagadores". O Palmeiras apelou para a política do ""bom
e barato", o que acabou custando
caro. Hoje o time não ganha da
TV nem do Clube dos 13 o mesmo
que lucrava quando era da elite.
As três maiores torcidas do Estado, inconformadas, periodicamente fazem protestos contra diretorias, jogadores e treinadores.
Sem técnico há duas semanas, o
São Paulo, outrora modelo de clube bem administrado e com presença constante nas comemorações de títulos, está há nove anos
longe da competição mais importante do continente. Desde que
perdeu o tricampeonato em pleno
Morumbi, em 1994, o clube não
consegue voltar à Libertadores.
Para piorar, no âmbito nacional
a situação não é muito diferente.
De 1991 -ano em que levantou
seu último Brasileiro- para cá, o
clube chegou (e perdeu) apenas
uma vez a uma decisão nacional: a
Copa do Brasil de 2000.
Nos últimos tempos, a situação
tem se agravado, com as pressões
internas pela falta de conquistas e
a cada vez mais acirrada disputa
política no clube, que tem eleições
sempre a cada dois anos.
Os corintianos experimentaram
uma de suas maiores frustrações
nos últimos dias com uma eliminação precoce do torneio que
mais anseiam. Na caça aos culpados pelo fracasso, diretores, técnicos e atletas foram atingidos.
O clube deixou de ganhar a
competição quando tinha o apoio
do fundo HMTF. Manteve-se
competitivo com as próprias pernas no âmbito estadual e nacional, mas ainda não projetou seu
nome como queria fora do país.
O Palmeiras segue com o presidente Mustafá Contursi apesar
das críticas e da oposição de quase
todos os diretores e torcedores
após o rebaixamento da equipe.
Vexames em campo, bate-bocas entre técnico, atletas e dirigentes, exposição de crise interna...
Com vários jogadores de qualidade discutível, o time não consegue atrair tantos torcedores como
fez o Fluminense em sua queda.
Poucos dias após a saída de Oswaldo de Oliveira do São Paulo, o
trabalho de Jair Picerni no Palmeiras foi contestado, assim como o de Geninho no Corinthians.
Nem ídolos, como o palmeirense Marcos, o são-paulino Kaká e o
corintiano Kléber, estão sendo
poupados de críticas. Será o fim?
Texto Anterior: Saiba mais: Proposta inibe marmelada, mas não a confusão Próximo Texto: Análise: Fiasco é chance de redenção para Massarandubas Índice
|