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SAIBA MAIS
Processo para formar atletas nasce na escola
DA REPORTAGEM LOCAL
O segredo que fez de Cuba
uma potência esportiva em tão
pouco tempo está na escola.
Após a chegada de Fidel Castro ao poder, em 1959, o sistema educacional foi modificado. As aulas de educação física
se tornaram praticamente diárias, e as crianças passaram a
ter contato com todas as modalidades desde cedo.
"Assim que começam a estudar, os cubanos passam por
avaliações físicas e médicas. A
partir daí, já são considerados
atletas em potencial. Em brincadeiras, acabam tomando
gosto pelo esporte", disse Sergio Rio Cruz, da Cubadeportes.
Após o contato inicial, os habitantes da ilha têm muitas
chances de disputar competições e buscar aperfeiçoamento
técnico. Existem, por exemplo,
jogos escolares que mobilizam
todas as instituições de ensino,
além de campeonatos em nível
municipal, provincial e, finalmente, federal.
"A organização dos torneios
escolares é impressionante. As
cidades param para ver e torcer
pelas crianças", explicou Cruz.
Suas palavras não retratam
um cotidiano desconhecido.
Ex-atleta, ele conta que vivenciou todas as etapas do projeto.
"Eu jogava beisebol em uma
equipe da província de Ciego
D'Ávila. Depois disso, tornei-me dirigente e fui diretor provincial durante dez anos antes
de me dedicar à Cubadeportes", contou o cubano.
O processo de formação ainda tem outras etapas. Os competidores que começam a se
destacar são encaminhados para as Escolas de Iniciação Esportiva -existe uma unidade
em cada província da ilha.
Nessas escolas, a carga horária de treinamentos aumenta,
os atletas recebem orientações
de técnicos especialistas e o esporte ganha uma roupagem
mais séria e dinâmica.
As revelações que brotam
nestas instituições vão para o
derradeiro estágio, os Centros
de Excelência Esportiva, também situados em todas as 14
províncias. Lá os atletas são lapidados, e as seleções cubanas
começam a ser montadas.
"Chamamos o sistema de
formação de Pirâmide. Começamos com uma grande base e
vamos trabalhando até formar
um seleto grupo. Largamos
com muita gente e assim temos
vantagem", explicou Orindes
Kindelan, treinador cubano radicado no Brasil.
Ele chegou ao país, via Cubadeportes, em 1992 para ensinar
basquete em Goiás e acabou se
casando com uma brasileira.
Segundo Kindelan, o investimento feito em pesquisa e em
infra-estrutura também é um
dos diferenciais de Cuba.
"Antes da revolução, o país
tinha pouca expressividade na
área esportiva. Depois, importou profissionais da União Soviética para criar um modelo
de educação voltado para o esporte. Além de atletas, aprendemos a formar técnicos e preparadores físicos", afirmou.
A Cubadeportes também explora a estrutura esportiva da
ilha caribenha. A empresa organiza grupos de interessados
em buscar uma especialização
nas escolas locais.
(GR)
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