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FUTEBOL
Candidatos tentam vincular campanhas à popularidade do esporte e à conquista do técnico Scolari e de seus atletas
Penta da seleção vira arma de políticos
DA REPORTAGEM LOCAL
A conquista da Copa do Mundo
pelo Brasil deve ser usada por políticos de quase todos os partidos
na caça aos votos dos eleitores.
O primeiro amistoso pós-penta,
quarta, em Fortaleza, é prova disso. O jogo foi marcado para o
Ceará porque o Estado é o grande
reduto eleitoral de Ciro Gomes
(PPS), o candidato a presidente
apoiado por Ricardo Teixeira.
Em São Paulo, Paulo Maluf
(PPB), que concorre ao governo
estadual, almoçou com o lateral
Roberto Carlos, dias depois do
penta, e deve usar imagens do jogador em seu programa de TV.
No Rio, Eurico Miranda (PPB),
que tenta obter novo mandato como deputado federal, diz ter muito orgulho por ter sido um dos
principais políticos da ""bancada
da bola". ""O futebol brasileiro é o
que é por causa dos clubes e, se os
clubes têm uma voz no Congresso, essa voz é Eurico Miranda."
O dirigente disse que ainda não
colocou sua campanha na rua,
porque não é ""como cavalo paraguaio, que sai na frente e não chega nunca", mas, quando o fizer,
vai usar o Vasco e a seleção.
"Querem porque querem transformar os clubes em empresa,
mas não vão conseguir. Falam
tanto em profissionalismo lá fora,
mas quem ganhou o penta foi o
Brasil. Nossos clubes estão de parabéns e têm de ser representados
na Câmara. Se você vai ao exterior
e fala em Brasil, de cara vão lembrar o futebol. Se existe aqui uma
coisa séria, ela é o futebol."
Em Minas, apesar de dizer que
não mistura as coisas, o cruzeirense Zezé Perrella, que concorre
ao Senado pelo PFL e não participou da CPI, prepara série de outdoors vinculando sua imagem ao
sucesso da seleção. O dirigente vai
aparecer ao lado de Luiz Felipe
Scolari, que, antes de assumir o
Brasil, treinava o time mineiro.
Para a maioria dos deputados
que atuaram na CPI da CBF/Nike,
o esporte, se antes não fazia parte
de sua plataforma, agora fará.
É o caso de Aldo Rebelo (PC do
B-SP), presidente da CPI na Câmara, que decidiu colocá-lo em
sua plataforma política. Para ele,
seu mandato teve três pontos
principais: ""A apresentação de
projetos em favor do trabalhador,
o projeto de defesa e proteção da
língua portuguesa e, claro, minha
atuação na CPI da CBF-Nike".
Já o deputado Sílvio Torres
(PSDB-SP), relator da mesma comissão, diz que, se for reeleito,
pretende ""continuar a atuar na
área esportiva". ""O trabalho na
CPI me deu um conhecimento
muito grande da área, um conhecimento que eu não tinha. Vou
tentar dar destaque a ela na minha próxima gestão."
Por outro lado, há os que dizem,
a partir de agora, não querer nem
ouvir falar do assunto. O candidato Darcísio Perondi (PMDB-RS),
irmão do presidente da federação
gaúcha, diz que não pretende se
dedicar ao setor e que sua bandeira é saúde e agricultura. Salienta
que nem sequer tem projetos ligados à área de esporte.
(JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO e MARCELO SAKATE)
Colaboraram Marília Ruiz, da
Reportagem Local, e Sérgio
Rangel, da Sucursal do Rio
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