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Estrangeiros diversificam fontes de renda
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de os clubes europeus
também estarem sentindo a
crise, no Brasil a situação é
pior. E a principal explicação
para isso é que as equipes brasileiras não diversificaram as
fontes de recursos, ao contrário
do que ocorreu na Europa.
De acordo com estudo da
agência Pelé Pro, os times nacionais vivem predominantemente dos direitos de TV e da
venda de jogadores. De suas receitas, 61% adviriam dos contratos para televisionamento
dos campeonatos e 21%, da
transferência de atletas.
No Brasil, atividades como licenciamento de produtos são
praticamente inexistentes.
Nos anos 90, houve tentativas
como a do Bahia, que contratou uma agência especializada
em contratos de licenciamento
em São Paulo, mas foram poucas as que vingaram.
O Corinthians, por exemplo,
quando assinou contrato com
o HMTF, fundo norte-americano de investimentos, anunciou que transformaria a exploração de sua marca num grande filão, que seria responsável,
já em 2002, por 15% de seu faturamento bruto.
Nada disso ocorreu. Segundo
o presidente Alberto Dualib, as
receitas com o licenciamento
de produtos não chegam a 2%.
Na Europa, a diversificação é
muito maior -e a dependência da TV, bem menor.
Na Inglaterra, 29% dos recursos dos clubes da Premier League devem-se à bilheteria, 28%,
a atividades comerciais, que incluem o licenciamento de produtos, e 25%, a direitos de TV.
Além de o preço do ingresso e
o poder aquisitivo da população inglesa serem mais elevados do que no Brasil, o público
médio do Campeonato Inglês
nos últimos cinco anos ficou na
casa dos 32 mil pagantes. No
Brasil, não chegou a 12 mil.
Na Itália, a situação não é
muito diferente. Se os direitos
de TV correspondem a 35%
das fontes de recursos dos clubes locais, a bilheteria corresponde atualmente a 30%.
Na Espanha, onde são vendidos carnês para as temporadas,
a bilheteria responde por 25%
do faturamento dos clubes,
porcentagem idêntica à das receitas de TV.
(FS e JCA)
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