São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 2002 |
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PINGUE-PONGUE Ex-atleta vê elite dopada e falta de competitividade
DA REPORTAGEM LOCAL
Folha - Qual a diferença
entre ser um nadador em
1972 e em 2002? Mark Spitz - Hoje se pode
ganhar dinheiro com natação. Isso muda muita coisa.
É possível se profissionalizar, viver para o esporte. A
tecnologia também é outra.
As piscinas e as roupas para
competir estão melhores. E
há também o doping. Folha - Você acha que os nadadores de hoje se dopam? Spitz - Sim. Você não precisa procurar muito. Cem por
cento dos atletas de alto nível
fazem uso de doping, e não
só na natação. Acredito que
isso ocorra em todos os outros esportes olímpicos. Folha - Você utilizaria substâncias proibidas? Spitz - Eu me sentiria tentado a experimentar se existissem na minha época. Folha - Por que, mesmo com
tecnologias e doping, ninguém chega ao seu recorde? Spitz - Acho que isso não
significa muito. Quando tinha 11 anos, treinava apenas
uma hora por dia. Garotos
nessa idade, mesmo nadando quatro horas diárias hoje,
não conseguem repetir
meus tempos. A diferença
está em ser competitivo, em
mostrar serviço na disputa.
Assim são os campeões. |
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