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JOSÉ GERALDO COUTO
O perigo agora é o "já ganhou"
O maior perigo para a
seleção, agora, é o "já
ganhou", um mal que
em 1998 nos acometeu depois
da épica vitória sobre a Holanda na semifinal. O time relaxou,
a torcida festejou antes da hora,
deu no que deu.
A vitória era dada como tão
certa que até hoje ressurge, de
quando em quando, a absurda
teoria conspiratória segundo a
qual os jogadores brasileiros foram comprados para entregar o
jogo para a França.
A situação agora é ainda mais
perigosa. Primeiro, porque estamos a dois jogos do título (e não
a apenas um, como em 1998).
Segundo, porque nosso adversário na semifinal é teoricamente fraco -uma "zebra",
por mais que essa palavra tenha
se desmoralizado neste Mundial-, o que reforça a tendência ao salto alto.
Mas quem viu a vitória da
Turquia sobre o Senegal, ontem, sabe que teremos pela frente um osso duro de roer.
Os turcos não deram espaço
para que os senegaleses desenvolvessem seu belo futebol
(Diouf, por exemplo, não fez
nada) e ainda criaram inúmeras chances de gol. Poderiam ter
goleado.
Algumas emissoras de TV já
definiram antecipadamente
que a final será Brasil x Alemanha. Na melhor das hipóteses,
uma precipitação. Na pior, uma
leviandade.
Até porque quem viu ontem a vergonhosa arbitragem de Coréia x Espanha sabe que os alemães talvez tenham de superar mais que 11 rivais em campo.
jgcouto@uol.com.br
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