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Falante, Button idolatra Senna,
Prost e acha Schumacher falível
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de Rubens Barrichello e
Michael Schumacher, nenhum
piloto foi tão assediado nos últimos dias em Interlagos como Jenson Button. O motivo, o fracasso
da sua tentativa de se transferir
para a Williams no ano que vem.
Mas a entrevista estava agendada havia semanas. E ele aparece
na hora e no lugar
marcados. São 17h
de sexta-feira em
Interlagos e, no
fundo dos boxes da
BAR, ele puxa uma
cadeira, dá uma
piscada para a namorada, Louise, e
desanda a falar.
(FSX)
Folha - Defina Michael Schumacher
numa palavra.
Jenson Button - O
negócio de uma palavra é complicado,
ainda mais no caso
dele. Ele é obviamente um grande
talento, fez coisas
que todos gostariam de ter feito.
Folha - Defina-se numa palavra.
Button - Não poderia. Não posso
me definir em uma palavra. Definitivamente, é algo impossível.
Folha - Você acha que pode bater
Michael Schumacher?
Button - Claro que sim. Ele pode
ser vencido. É um ser humano e já
vimos algumas vezes que ele pode, sim, ser derrotado.
Folha - O que você conhece em
São Paulo?
Button - Não conheço a cidade.
Ficamos num hotel meio afastado, perto do autódromo. Fui apenas a alguns restaurantes e mais
nada. Para ser sincero, não posso
dizer que conheço a cidade.
Folha - O que acha de Interlagos?
Button - Gosto do traçado, mas o
asfalto, como sempre, está ondulado. Parece que mudaram o asfalto, mas as ondulações continuam e
chegam a dar dor de
cabeça. É a pior pista do campeonato
nesse aspecto.
Folha - Quem você
acha que lutará pelo
título em cinco anos?
Button - Além de
mim? [risos] O Kimi
[Raikkonen], com
certeza. Provavelmente o [Fernando]
Alonso. E talvez o
[Mark] Webber.
São esses que eu
imagino lutando
por títulos. E espero
estar com eles.
Folha - O que você
tem que outros pilotos não têm?
Button - Não sei,
para dizer a verdade. Acho que a maioria hoje trabalha muito duro, cuida muito da
parte física, que foi algo que começou com o Ayrton [Senna].
Depois dele, todos perceberam o
quanto a preparação física é importante. Além disso, eu também
sou muito concentrado com a
equipe, gosto de passar tempo na
fábrica, motivando o pessoal. Isso
é algo vital: motivar as pessoas
que trabalham com você. E acho
que ser um cara tranqüilo é muito
importante quando você está
dentro do carro. E eu sou um cara
muito tranqüilo. É assim que eu
trabalho, é assim que eu sou.
Folha - Na infância, quem eram
seu ídolos no esporte?
Button - Quando eu era criança,
as corridas que eu assistia eram
entre Alain [Prost] e Ayrton. Lembro dos dois batendo na chicane
de Suzuka. Eram grandes corridas. Em 93, fui a Donington, e
Ayrton fez uma corrida fantástica.
Ver aquela primeira volta na minha frente mexeu comigo [largando em quarto, na chuva, Senna fechou a volta na liderança] .
Ayrton e Alain... Meus ídolos.
Folha - O que achou das mudanças nas regras impostas pela FIA?
Button - Para as montadoras é
um desafio. Porque elas vão querer continuar a buscar o limite,
mas os motores vão ter que durar
mais. Para 2006, com os motores
V8 de 2,4 litros, vai ser uma situação estranha. Porque os carros de
GP2 [a nova F-3000] terão motores maiores que os nossos. Não
poderia ser dessa maneira. F-1
tem que ser o topo do esporte, não
pode ficar sujeita a tantas restrições. Se os pneus forem os mesmos, vamos ver carros de GP2
mais velozes do que a Minardi.
Pode arranhar a imagem da F-1.
Folha - Um piloto brasileiro, Antonio Pizzonia, pode ocupar a vaga
que seria sua na Williams. O que
você acha dele?
Button - Ele é um bom piloto.
Sofreu com a Jaguar um pouco,
mas tenho certeza de que na Williams ele fará um bom trabalho. É
o que vem fazendo nos testes.
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