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DOPING
Para Usoc, níveis encontrados nos exames de Lewis e DeLoach são normais; Iaaf diz que atletas foram injustiçados
EUA se mobilizam para abafar escândalo
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Comitê Olímpico dos EUA
(Usoc) abriu campanha para abafar o maior escândalo de doping
da história do país. E a Associação
Internacional das Federações de
Atletismo já dá sinais de que não
deve criar grandes problemas.
Segundo denúncia de Wade
Exum, diretor de controle de drogas da entidade de 1991 a 2000,
Carl Lewis e outros atletas foram
liberados para competir em
Olimpíadas mesmo depois de serem pegos no exame antidoping.
De acordo com o dirigente, Lewis teve três testes positivos para
efedrina, pseudoefedrina e fenilpropanolamina, estimulantes encontrados em medicamentos contra a gripe, poucas semanas
antes dos Jogos de Seul, em 1988.
Após admitir o caso, o Usoc divulgou que os níveis encontrados
nos exames de Lewis estavam
dentro do limite permitido na
época. Segundo a entidade, os testes tinham dado a proporção dos
estimulantes em 2 ppm (partes
por milhão), 4 ppm e 6 ppm.
A legislação seria mais branda
que a prevista pelo atual Código
Mundial Antidoping, aprovado
informalmente no mês passado,
em Copenhague (Dinamarca).
Mas o argumento é frouxo.
"A legislação atual é que é mais
permissiva. Os níveis que foram
fixados em Copenhague são mais
altos. Havia mais restrição naquela época", diz Jari Cardoso, coordenador do Ladetec, laboratório
do Rio credenciado pelo COI para
realizar exames antidoping.
Liberado para competir, Lewis
conquistou dois ouros e uma prata em Seul. Nos 200 m, perdeu o
ouro para seu compatriota Joseph
DeLoach, que também fora pego
para as mesmas drogas, só que
em um nível de 7 ppm.
Depois das declarações do alemão Helmut Digel, um dos vice-presidentes da Iaaf, que defendeu uma punição a Lewis, a entidade
aparentemente voltou atrás.
Segundo Nick Davies, diretor de
comunicação da Iaaf, Lewis e DeLoach são inocentes. "Houve
muitas críticas sem conhecimento da documentação. De acordo
com as evidências, não houve um
"caso" Carl Lewis. Pelas regras, não
foi um caso positivo. Lewis e Joe
DeLoach foram tratados com leviandade pelos meios de comunicação", disse o dirigente à Folha.
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