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PERFIL
Doping mancha carreira repleta de conquistas
DA REPORTAGEM LOCAL
A prova dos 100 m em Seul-88 era especial para Carlton
Frederick Lewis. Um ano antes
da Olimpíada, o atleta perdeu o
pai. Durante o velório, depositou no caixão sua maior glória,
a medalha de ouro conquistada
nos 100 m em Los Angeles-1984. Era sua prova preferida.
"Tudo bem. Eu ganho outra",
afirmou, abraçado à mãe.
Não ganhou na pista. Na
mais polêmica final dos 100 m
da história das Olimpíadas, viu
Ben Johnson chegar à frente e
ainda obter o novo recorde
mundial da prova (9s79).
Pouco depois, porém, o antidoping do canadense acusaria
a presença de estanozolol, um
esteróide anabólico. O velocista foi eliminado, e seu recorde
acabou sendo cassado. Lewis
ficou com a medalha de ouro.
Em quatro edições de Olimpíadas (1984, 88, 92 e 96), o
americano, hoje 41, acumulou
nove medalhas de ouro e uma
de prata. Reinou no salto em
distância em todas as edições
dos Jogos de que participou.
Não bastasse isso, bateu 11 recordes mundiais -dois deles
nos 100 m, considerada a prova
mais nobre do atletismo.
Também participou de quatro Mundiais da modalidade
(1983, 1987, 1991 e 1993). Machucado, não competiu em
1995. Conquistou oito ouros,
uma prata e um bronze.
A carreira de Lewis parecia
imaculada até a semana passada, quando o velocista sofreu a
denúncia de que fora pego no
exame antidoping poucas semanas antes dos Jogos de Seul.
"Todos sabem que eu sempre
fui contra o uso de drogas",
afirmou, pouco antes de admitir a existência dos três casos
positivos em sua carreira.
"Recebi o mesmo tratamento
dado a centenas de atletas que
puderam competir", justificou-se, pouco tempo depois.
Segundo Lewis, um suplemento de ervas, que tomara
sem saber que continha substâncias proibidas, teria sido a
causa de seus exames positivos
para efedrina, pseudoefedrina
e fenilpropanolamina.
Após o início do inferno astral, Lewis ainda se viu envolvido em um acidente de carro em
Los Angeles no início da semana. Um exame provou que ele
dirigira alcoolizado.
(ALF)
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