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FUTEBOL
Agora é 2006
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Eleição é a bola da vez.
O que acha da possibilidade de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, suceder Joseph Blatter
na Fifa em 2006? Se não gostou,
pode ficar com pulgas atrás da
orelha. Uma das conseqüências
das CPIs do futebol no Brasil foi a
aproximação maior do máximo
dirigente do futebol nacional da
Fifa. Blatter deu todo o amparo
para Teixeira e o acolheu tão bem
nos momentos de dificuldade que
ele virou o braço esquerdo do suíço (o braço direito, o argentino
Julio Grondona, vive de mãos dadas e em harmonia com o braço
esquerdo).
Nos últimos dias, Blatter reforçou o que já disse n vezes. Não ficará na Fifa após a próxima Copa
-não é preciso ter 30 anos ou
mais para saber como passa rápido o tempo entre um Mundial e
outro.
E não há hoje campanha clara
para ocupar a nobre cadeira . A
oposição está ainda mais enfraquecida após a derrota na última
eleição. Lennart Johansson, a cabeça da esquerda, pode abandonar o barco em 2006, pois, como
Grondona e Blatter, acredita que
sua idade avançada não é recomendável para um presidente.
Os braços direito (camaronês Issa Hayatou) e esquerdo (o sul-coreano Chung Mong Joon) do sueco que preside a Uefa tiveram que
engolir uma renovação (?) na Fifa
altamente favorável a Blatter,
que terá quatro anos para jogar a
sujeira embaixo do tapete
-Grondona cuida das finanças,
o suspeito de compra de votos Bin
Hamman distribui dinheiro com
o projeto "Goal" e Teixeira verifica as contas da entidade. Essa velha guarda da Fifa tem a companhia agora de alguns membros de
uma geração mais boleira, capitaneada por Michel Platini, que
em sua breve carreira de cartola
mostrou total apoio ao padrinho
político Blatter.
O nome Franz Beckenbauer,
que já surgiu algumas vezes
quando se tratou de sucessão de
Blatter, seria solução mais centro
para a disputa (?) política na Fifa.
Homem firme, sem rabo preso e o
único a vencer a Copa como jogador (1974), técnico (1990) e dirigente (2006). Mas até 2006 as
atenções dele estarão presas ao
Mundial de seu país e ao seu time,
o Bayern. Seria um forte candidato, mas pelo jeito não será.
Teixeira passou pelo furacão
(???) das CPIs e fincou raízes na
entidade que está calcada ainda
na semente de João Havelange,
seu próximo. Mantém posto em
vários importantes comitês na entidade e nunca teve tanta força e
presença (física mesmo) em Zurique como agora. Hoje, sem dúvida, é a opção mais clara da situação para 2006. O terreno está sendo preparado. Como Havelange,
Teixeira lucrou com títulos mundiais da seleção. Ainda tem alguns meses para tirar proveito
político de amistosos, como os que
a Ásia recebeu e vai receber. Internamente, assim como o Campeonato Brasileiro (a união nacional) saiu na esteira do tri, o
Nacional moralizado, sem virada
de mesa e em dois semestres com
turno e returno, está previsto para a primeira temporada após o
pentacampeonato.
Teixeira ensaiava sair da CBF
em 2003. Descansaria em Miami,
mas seu caminho político parece
outro (até críticos antigos estão
hoje em fase "paz e amor" com
ele). O 27 de outubro, que deve
consagrar a opção atual de Teixeira à presidência, mostra também uma "onda" no país rumo à
direção da Fifa. Agora é 2006.
Felipão
O ex-técnico da seleção brasileira recebeu proposta da federação
mexicana de US$ 1,56 milhão por ano. O argentino Ricardo Lavolpe, que ficou com o cargo, recebeu oferta menor (US$ 900 mil).
Carlos Bianchi, outro argentino, tinha proposta intermediária
(US$ 1,2 milhão). As chances de Scolari e Bianchi treinarem equipes no próximo Mundial, em 2006, porém, parecem mesmo agora
maiores até do que as de Lavolpe.
Simon
O árbitro brasileiro, um dos melhores que surgiram nos últimos
anos, teve um ano não muito feliz, com atuações criticadas na Copa do Brasil e, mais importante que isso, na Copa do Mundo. Porém foi "premiado" com a escalação para o Mundial interclubes,
em Yokohama, entre Real Madrid e Olimpia (o São Caetano está
mesmo fora). Mas, para 2006, Simon não deverá estar na Copa da
Alemanha.
E-mail:
rbueno@folhasp.com.br
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