|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔLEI
Após péssima atuação, time não repete bronze de Sydney e Atlanta e reabilita maior rival
De ressaca, brasileiras tropeçam de novo em Cuba e regridem 12 anos
DO ENVIADO A ATENAS
Cuba frustrou ontem novamente as aspirações do Brasil. Só
que, desta vez, valia medalha.
Com a derrota por 3 sets a 1
(25/22, 25/22, 14/25 e 25/17), a
equipe de José Roberto Guimarães terminou sua caminhada em
Atenas em quarto lugar, a pior colocação desde Barcelona-1992.
Nas duas últimas Olimpíadas, a
seleção feminina, então comandada pelo técnico Bernardinho,
obteve o bronze. Só não disputou
o ouro porque cruzou com as caribenhas nas semifinais. Cuba é
tricampeã olímpica.
Ontem, no entanto, o rival nem
de longe lembrava aquele que fez
história no vôlei. Desde 2000,
quando sofreu renovação radical
-apenas Yumilka Ruiz e Zoila
Barros são remanescentes de
Sydney-, a equipe amargou somente maus resultados.
O time voltou a respirar no
Grand Prix deste ano. Apesar de
não ter subido ao pódio, teve boas
atuações, inclusive com uma vitória sobre as brasileiras.
O Brasil viveu processo parecido, mas marcado por brigas com
o antigo técnico, Marco Aurélio
Motta. "Isso atrapalhou demais
nossa preparação olímpica", declarou a ponta Érika, uma das que
se afastaram da seleção por desavenças com Motta em 2002.
Na quadra em Atenas, ontem,
ficou evidente a ressaca da queda
diante da Rússia na semifinal,
quando o time desperdiçou sete
chances de fechar o jogo. "Foi a
derrota mais amarga da minha
carreira", declarou Zé Roberto.
As brasileiras pouco vibravam
ao pontuar e se irritavam a cada
erro, a cada saque forte do rival, a
cada bola que não caía graças à
excelente defesa cubana. Essa foi a
toada dos dois primeiros sets.
O caso mais claro do desgaste
após a queda na semifinal era Mari, que errou a bola decisiva diante
das russas. Saiu no primeiro set
para a entrada de Bia e não mais
voltou. Na reserva, a revelação da
equipe e principal atacante em
Atenas ficou com os braços cruzados, semblante fechado.
Demonstrando desinteresse,
chegou a sentar no chão da zona
de aquecimento, no terceiro e
quarto sets. E foi para o vestiário
repetindo: "Não vou falar".
O Brasil esboçou uma reação na
terceira parcial, liderado por Bia,
que assinalou dez pontos -ela foi
a maior pontuadora com 23. O saque brasileiro também funcionou
e desestabilizou as cubanas, que
falhavam seguidamente no passe.
No quarto set, a seleção cometeu vários erros. Cuba dominou e
não teve problema para fechar.
"Foi uma pena ter acabado como acabou", resumiu a levantadora e capitã Fernanda Venturini,
33, uma das três jogadoras que
disputaram sua última Olimpíada
-Virna, 32, e Fofão, 34, também
não irão a Pequim-08.
"Precisamos cumprir nossos ciclos. Saio orgulhosa. Daqui a alguns anos, talvez vocês me vejam
como técnica ou dirigente", disse
Virna, que, ao lado de Arlene, foi a
que mais chorou.(LUIS CURRO)
Texto Anterior: Poliesportivo - Hipismo: Após prata, Pessoa pede intercâmbios Próximo Texto: Memória: Ícones da "geração de bronze" perdem sua melhor chance Índice
|