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Europeus pagam menos pelo Brasil
DO PAINEL FC
DO ENVIADO AO PORTO
No Primeiro Mundo da bola, a
seleção brasileira vale muito menos do que no Terceiro.
Pelo amistoso de ontem no Porto, a CBF receberá, segundo a Folha apurou, US$ 450 mil. No jogo
contra a China, entre cota e despesas pagas, levou US$ 1,25 milhão. Para enfrentar Bahrein, em
amistoso cancelado por causa da
guerra no Iraque, seriam US$ 800
mil. No final de 2002, na Coréia do
Sul, foram mais US$ 800 mil.
A decisão da Fifa de proibir a liberação de jogadores que atuam
na Europa para amistosos em
continentes como Ásia e Oceania
afetará a contabilidade da CBF.
Durante quase dois anos, a partir do início das eliminatórias sul-americanas, a entidade não poderá fazer os amistosos que geram
queixas de jogadores e de clubes,
mas enchem seu cofre de dólares.
Para Ricardo Teixeira, presidente da CBF, a entidade não terá
problemas. "Não atrapalhará. Vamos jogar na Europa [ontem] e já
temos outros convites."
Apesar do discurso otimista, a
CBF já teve uma recente experiência amarga nesse sentido. Não
conseguiu arrumar um adversário europeu para um jogo que seria realizado na próxima terça, como desejava a comissão técnica.
A chegada de Teixeira a Portugal "corrigiu" os discursos de
Américo Faria, supervisor da seleção, e de Zagallo, coordenador-técnico, sobre o acordo entre sul-americanos e europeus. Os dois
estavam negando que já estivesse
definido o fim da liberação dos
brasileiros para amistosos fora da
Europa já no próximo semestre.
Mas o presidente da CBF foi claro. "Está definido. Tivemos uma
reunião na Fifa e acertamos o
compromisso de que não haverá
a liberação dos "europeus" para
amistosos em locais distantes.
Com o acordo, viabilizamos as
eliminatórias como queríamos."
O calendário da seleção para este ano ainda não está totalmente
definido. No final de abril, a equipe irá jogar no México. Existe ainda a possibilidade de haver um
amistoso no Brasil ou em outro
país da América do Sul, em maio.
No mês seguinte, a seleção disputará a Copa das Confederações.
No segundo semestre, começarão
as eliminatórias.
(FERNANDO MELLO E PAULO COBOS)
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