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Performances marcam primeira semana da mostra
DA REPORTAGEM LOCAL
Além do burburinho natural
que a abertura de uma bienal provoca, dois eventos vão marcar a
primeira semana da 26ª Bienal de
São Paulo, que será aberta no dia
25 de setembro. Das obras dos 135
artistas de 62 países que vão tomar parte da mostra, apenas duas
performances serão realizadas
durante a exposição e ambas irão
ocorrer em seus primeiros dias.
O chinês Cai Guo Qiang, que
participa como artista escolhido
para uma sala especial, irá queimar, na abertura do evento, uma
torre de nove metros de altura,
envolvida em pólvora, e armada
dentro do prédio da Bienal.
Menos espetacular, a coreógrafa
portuguesa Vera Mantero irá realizar uma performance, "Comer o
Coração", dentro de uma escultura de Rui Chafes. Os dois participam da mostra no segmento das
representações nacionais, indicados por Portugal.
Além de realizar a performance
na abertura da Bienal, Mantero,
umas das mais prestigiadas coreógrafas contemporâneas, irá repeti-la na primeira semana, três
vezes por dia, o que irá facilitar a
visibilidade do público, já que a
abertura é, tradicionalmente, fechada para convidados.
Após esse período, ficará em
exibição um vídeo documentando a performance. Essa participação foi acertada há duas semanas,
em São Paulo, por Paulo Cunha e
Silva, diretor do Instituto das Artes, em Portugal, instituição responsável pela presença dos portugueses na Bienal. Além da participação no evento, Silva acertou
uma mostra de arte contemporânea portuguesa, desde os anos 80,
que irá acontecer no próximo
ano, na Pinacoteca do Estado.
"O Instituto trabalha com artes
visuais e performáticas, por isso
sugeri ao curador Alexandre Mello reunir esses dois elementos, o
que se constituiu no objeto híbrido que será a obra de Vera e Rui",
disse Silva à Folha, na passagem
pela cidade. Mantero deve expor
ainda uma série de trabalhos solos durante sua estada em São
Paulo, em outros locais.
Se há poucas performances, a
instalação é o suporte predominante da 26ª Bienal, apesar de o
curador da mostra, o alemão Alfons Hug, ter procurado dar destaque à pintura, que comparece
com 28 artistas, mesmo número
de trabalhos fotográficos. A mostra terá ainda 19 vídeo-instalações
e dez esculturas. A lista completa
de artistas pode ser encontrada no
site da Bienal (http://bienalsao
paulo. terra.com.br).
Cena contemporânea
Sem núcleo histórico, a Bienal
agora apresenta artistas com destaque na cena contemporânea em
salas especiais. Três brasileiros
participam desse segmento: Artur
Barrio, Paulo Bruscky e Beatriz
Milhazes. Além de Qiang, a China
está nesse módulo com esculturas
de Huang Yong Ping. Os demais
selecionados nas salas especiais
são o chileno Eugênio Dittborn, o
belga Luc Tuymans e o alemão
Thomas Struth.
Nas representações nacionais,
haverá a participação de 47 países,
além de um segmento de fotografia africana, com a presença de sete países. Já para a mostra temática dessa edição, "Território Livre", Hug selecionou 72 artistas,
16 deles brasileiros. No total, há 21
artistas do país, sendo que Ivens
Machado representa o Brasil, com
curadoria de Nelson Aguilar.
O arquiteto Isay Weinfeld, que
na Bienal passada participou como artista na mostra temática,
"Iconografias Metropolitanas",
nesta edição foi escolhido como
responsável para a montagem da
exposição. A Bienal ficará em cartaz até o dia 19 de dezembro.
Após São Paulo, segundo o presidente da Bienal, Manoel Francisco Pires da Costa, parte da
mostra ainda irá ser exibida em
Brasília, Curitiba e Maceió, além
de seguir para capitais de outros
países como Buenos Aires, na Argentina, e Santiago, no Chile.
(FCY)
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