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27ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SP
Programação inclui 12 longas e dá chance de assistir aos melhores filmes de ficção e documentário na opinião dos especialistas
Preferidos da crítica ocupam salas hoje
DA REPORTAGEM LOCAL
Entre os 12 filmes que a 27ª
Mostra BR de Cinema de São Paulo programa para hoje, em três salas, está
a trinca de vencedores na escolha
da crítica.
"Vai e Vem", filme-testamento
do português João César Monteiro, foi premiado pelo júri da crítica como melhor título de ficção
desta edição.
Monteiro morreu em fevereiro
passado, aos 64 anos, vítima de
câncer. É ele o ator/personagem
que vai e vem, circulando de ônibus pelas ruas de Lisboa, fazendo
reflexões sobre a vida, a morte e o
sexo, ao longo das quase três horas de duração do filme.
Também de sua autoria, a Mostra exibe hoje (numa extensão especial da programação, encerrada
oficialmente na última quinta)
seu título mais conhecido no Brasil, "A Comédia de Deus" (1995), e
"Silvestre" (1981).
"Encontros e Desencontros" valeu a Sofia Coppola o prêmio de
melhor diretora estreante segundo a crítica. A Mostra classifica
como estreante o cineasta que tenha até três longas no currículo.
Filha de Francis Ford Coppola
("O Poderoso Chefão", "Apocalipse Now"), Sofia estreou no formato de longa-metragem com
"As Virgens Suicidas" (2000), um
filme deplorado pela crítica.
Este seu segundo longa, que
acompanha o encontro casual de
um casal de estrangeiros em Tóquio, foi exibido no Festival de
Veneza, em setembro, e conquistou os especialistas. Sem arrogância, Sofia disse que encara como
uma vantagem a chance de produzir uma obra artística sem despertar expectativas positivas no
público ou na crítica.
O norte-americano "A Captura
dos Friedmans", de Andrew Jarecki, foi eleito pela crítica da
Mostra como melhor documentário em longa-metragem. O filme havia obtido prêmio idêntico
no Festival de Sundance.
Jarecki reconstitui o processo
judicial do qual foi alvo a família
Friedman, sob acusação de abuso
sexual de crianças. Com sucessivas reviravoltas na apresentação
dos fatos e na construção do perfil
dos personagens envolvidos, o
documentário avizinha o que, na
ficção, seria o gênero thriller.
Entre os demais títulos apresentados hoje, há dois representantes
do Brasil inéditos nos cinemas e
premiados no circuito de festivais
-"Narradores de Javé", de Eliane
Caffé, que arrebatou nove troféus
em Recife, e "De Passagem", de
Ricardo Elias, vencedor de cinco
Kikitos em Gramado e eleito o
melhor longa de ficção brasileiro
pelo público desta Mostra.
O filme de Caffé ("Kenoma"),
seu segundo longa, trata da disposição dos moradores de um povoado de escrever a história do lugar, para afastar a ameaça de desaparecimento da vila sob as
águas de uma represa. O líder da
empreitada é interpretado por José Dumont (Antônio Biá).
"De Passagem" conta a infância
e (um episódio trágico na) juventude de três moradores da periferia paulistana. Elias, que é também autor do roteiro (com Cláudio Yosida), procura evitar retratar a periferia como local próprio
da violência.
A Argentina comparece na programação com "Lugares Comuns" (Adolfo Aristarain). A
França tem "O Albergue Espanhol (Cédric Klapisch), e a Irlanda, "Terra dos Sonhos (Jim Sheridan). Do japonês Yoshishige Yoshida, integrante do júri oficial da
Mostra e homenageado com uma
de suas retrospectivas, será exibido "Eros + Massacre" (1969).
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