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Titãs e Erasmo Carlos dividem palco e expectativas
SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO
O que Erasmo Carlos e os Titãs
têm em comum? Atualmente
muita coisa: o cantor e o grupo estão de gravadora nova, preparam-se para lançar discos novos
em breve e tocam no mesmo palco hoje, em show gratuito na praça Charles Müller, em São Paulo.
Pertencentes a gerações distintas dentro da música pop brasileira, ambos devem ao menos promover um dueto entre Paulo Miklos e Erasmo em "É Preciso Saber Viver", gravada somente pela
banda paulista em "Volume
Dois" (1998), mas surpresas de última hora podem ocorrer.
De certeza, os Titãs vão tocar
cinco músicas de seu novo álbum,
"Como Estão Vocês?", que tem
previsão de lançamento para
meados deste mês. Já Erasmo entra em estúdio amanhã com o
produtor Marcelo Sussekind para
gravar um registro só de inéditas
que pode sair logo após o Carnaval do ano que vem.
O cantor diz que não irá tocar
composições novas porque está
tratando o próximo trabalho como segredo industrial. "Não é
nem medo da internet, é que existem espiões por todos os lados, eu
não posso sair por aí dando subsídios para o pessoal", afirma.
Erasmo apenas adianta que serão 12 canções próprias, com espaço para uma parceria com Djavan, em faixa que dará título ao
registro. "Não posso nem dizer se
a música vai puxar para o estilo do
Djavan, depende de como será no
estúdio. Sobre o resto do álbum
posso dizer que tem rock, alguns
flertes com a eletrônica, mas coisa
básica, alguns loops e efeitos."
Se o Tremendão faz segredo sobre seu título, os Titãs explicam
que a idéia de chamar "Como Estão Vocês?" tem o propósito de
expressar algo genérico, estendida a mais de uma interpretação,
explica o vocalista e tecladista Sérgio Britto: "Pode ser como está o
país, pode ser o que nós [a banda]
estamos passando. É um título
simples, com um significado
aberto e interessante".
A julgar por recentes apresentações da banda, o disco deve soar
mais rock e cru, principalmente
em canções como "Nós Estamos
Bem" e "Gina Superstar". "Acho
que, no geral, dá para dizer que há
uma pegada mais rock, mas não é
só isso. Temos uma marca da diversidade, o álbum tem outras
bem melódicas. Mas é um trabalho bem de banda, nada hiperproduzido", diz Britto.
Egressos da extinta gravadora
Abril Music (como Erasmo Carlos, agora na Indie Records) e hoje
na BMG, os Titãs também enfrentaram turbulências com a saída de
Nando Reis e a subsequente polêmica com a supressão da imagem
do baixista na capa de "A Vida
Até Parece uma Festa", biografia
lançada no ano passado.
Segundo Britto, "são mal-entendidos que existem, toda separação é dolorosa e confusa, mas
foi uma prerrogativa nossa, já que
lançar um produto com ele na capa daria margem para dúvida".
Não tão anunciado e, a princípio, nem tão traumático foi o afastamento de Erasmo e Roberto
Carlos, que estão com a parceria
criativa desativada há quatro
anos. "Ele tá noutra, tá de luto ainda. A gente se fala só nos aniversários de cada um e no Natal, é um
telefonema que já serve para o
Ano Novo também [risos]. Bom,
não tem Roberto Carlos, eu vou
compondo com outras pessoas,
não paro. Mas basta só um telefonema. Estarei de braços abertos."
TITÃS E ERASMO CARLOS. Show.
Quando: hoje, a partir das 18h. Onde:
pça. Charles Müller, s/nš, Pacaembu, São
Paulo. Quanto: entrada franca.
Patrocinador: Petrobras.
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