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AUDIOVISUAL
Antes de ser encaminhado ao Congresso, especialistas do governo e civis terão 60 dias para avaliar o texto
Projeto depende da aprovação de Conselho
DA REPORTAGEM LOCAL
Produção, distribuição e exibição de filmes (e outros conteúdos
audiovisuais) no cinema, nas
TVs, no celular -o projeto de lei
do MinC (Ministério da Cultura)
para a criação da Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual) introduz novas regras
em todo o mercado.
O ponto mais questionado do
texto -que dava à Ancinav o poder de interferir na programação
das TVs (artigo 43)- será retirado, antes mesmo do envio ao
Congresso Nacional, conforme
anunciou o Ministério da Cultura.
Sobra então para a criação de
tributos a liderança das reclamações dos setores atingidos. A venda de bilhetes de cinema tem taxação de 10%; vídeo, 9%; anúncios publicitários em TV, 4%.
Como o objetivo geral do projeto é desenvolver a indústria nacional de cinema, os filmes brasileiros ficam excluídos da taxação sobre lançamentos, que estipula pagamento de R$ 600 mil para estréias acima de 200 cópias.
O pagamento de direitos autorais por músicas executadas em
filme está sujeito a mudanças
também, de acordo com o projeto. O Ecad (Escritório Central de
Arrecadação de Direitos), órgão
privado que hoje centraliza em
nome dos compositores todas as
cobranças, perderia para a Ancinav o controle sobre as obras audiovisuais e cinematográficas.
O Ecad rejeita os artigos do projeto que se referem a isso, afirmando que a submissão dos direitos de autor a uma autarquia
federal é inconstitucional.
Antes de ser levado ao Congresso, o projeto necessita da aprovação do Conselho Superior de Cinema, formado por nove ministros e nove representantes da sociedade civil (profissionais das
áreas de cinema e TV).
O conselho tem 60 dias para
avaliar e propor sugestões ao texto, que está disponível no site do
MinC (www.cultura.gov.br). Como alguns conselheiros atuam
em setores atingidos pelas medidas, o debate mais parece queda-de-braço.
(SA E PAS)
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