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"Se recebesse, ia ficar superfeliz"
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
No modelo vigente atualmente no Brasil, o Ecad (Escritório
Central de Arrecadação de Direitos) cobra 2,5% da renda bruta dos filmes exibidos, para redistribuir os direitos autorais
aos compositores das trilhas sonoras. A participação de cada
autor no total arrecadado é definida por amostragem.
O músico André Abujamra,
39, autor de 23 trilhas de filmes,
diz que na prática não é bem assim. "Assino um contrato com o
produtor do filme, ganho uma
grana pela criação e pronto. De
resto, tudo é deles. Mais de 4 milhões de pessoas viram "Carandiru", como não saiu em CD,
não ganhei nada", afirma.
"A única grana que recebi de
cinema até hoje foi pelo filme
"Bicho de Sete Cabeças". Mas
veio pelo CD, não pelo cinema",
completa.
Abujamra não consegue vislumbrar o futuro, caso a Ancinav assuma o controle dessas
cobranças. "Se eu passasse a receber uma graninha pelas coisas
que fiz, eu ia ficar superfeliz", limita-se a especular.
Acaba refletindo o grau de
mobilização da classe musical
ao responder por si: "Não estou
omisso. Fico rezando para receber o relatório e ver se vem uma
grana. Estou antenado, até porque é o meu seguro de vida".
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