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Crítico e tradutor, criador do movimento Poesia Concreta nos anos 50, teve falência múltipla de órgãos ontem
Morre o poeta Haroldo de Campos, aos 73
DA REDAÇÃO
O poeta, crítico e tradutor Haroldo de Campos morreu ontem,
aos 73 anos, em São Paulo. O intelectual estava na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, e morreu à
1h, de falência múltipla de órgãos.
O corpo de Haroldo de Campos
foi velado no Hospital Beneficência Portuguesa e seria cremado às
16h de ontem, no Cemitério da
Vila Alpina. O poeta deixa a mulher, Carmem, e um filho, Ivan.
Nascido em 19 de agosto de
1929, em São Paulo, Haroldo Eurico Browne de Campos se formou em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo. Nesse
mesmo ano, fundou, com o irmão
Augusto de Campos e com Décio
Pignatari, parceiros durante toda
a sua vida, o Grupo Noigandres,
de poesia concretista.
Quatro anos mais tarde, os irmãos Campos e Pignatari lançaram oficialmente o movimento
Poesia Concreta, na 1ª Exposição
Nacional de Arte Concreta, no
MAM/SP e no saguão do MEC, no
Rio. Em 1958, o trio publica "Plano-Piloto Para a Poesia Concreta", no quarto número da revista
"Noigandres".
Haroldo de Campos realizou
traduções para o português de
obras literárias em alemão, chinês, espanhol, grego, hebraico, inglês, italiano, japonês, latim, provençal e russo. Com Augusto e
Boris Schnaiderman, lançou
"Poemas de Maiakóvski" e "Poesia Russa Moderna", em 1967 e 68,
respectivamente. Em 1975, recebeu o prêmio de tradução da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), por "Mallarmé".
Em 1988, criou, com a professora Munira Mutran, a versão brasileira do "Bloomsday"- celebração que relembra as andanças de
Leopold Bloom, protagonista do
romance "Ulisses", de James Joyce, durante o dia 16 de junho.
Em 1992, ganhou o Prêmio Jabuti de personalidade literária do
ano, concedido pela Câmara Brasileira do Livro. Em 1999, o Prêmio Jabuti de poesia foi conferido
para seu livro "Crisantempo: No
Espaço Curvo Nasce Um" (1998).
Em 1994, Campos escreve o
poema "Por um Brasil Cidadão" e
declara apoio ao candidato Luiz
Inácio Lula da Silva nas eleições
presidenciais. Em janeiro do ano
passado, recebeu homenagem no
museu Guggenheim, em Nova
York, com leituras de poemas e
debate sobre sua obra.
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