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SAIBA MAIS
Abolição do verso foi uma das marcas do concretismo
DA REPORTAGEM LOCAL
O termo "concreto" só
passou a caracterizar uma
forma de fazer literário a
partir de 55, quando Augusto de Campos publicou o
manifesto "Poesia Concreta" no "Forum", órgão do
Centro Acadêmico 22 de
Agosto, da então Faculdade
Paulista de Direito.
Os irmãos Augusto e Haroldo de Campos formavam
desde 1952, com Décio Pignatari, o grupo Noigandres.
Os textos poéticos escritos
sob os novos ditames deveriam se enquadrar nas seguintes características, lembradas por Augusto em entrevista à Folha em 96, quando se comemoraram os 40
anos da Exposição Nacional
de Poesia Concreta em SP:
"A abolição do verso; a apresentação "verbivocovisual",
ou seja, a organização do
texto segundo critérios que
enfatizem os valores gráficos
e fônicos relacionais das palavras; a eliminação (...) dos
laços da sintaxe lógico-discursiva em prol de conexão
direta entre as palavras".
Essa forma de entender a
composição literária toma
como modelos inspiradores
"Um Jogo de Dados", de Stephane Mallarmé, "Finnegans Wake", de James Joyce,
"Cantos", de Ezra Pound, e a
obra de e.e.cummings.
O cerebralismo programático do movimento desagradou a alguns, como o poeta
Ferreira Gullar, que em 1959
rompeu com o grupo e criou
o "neoconcretismo": "As divergências eram poético-estéticas. Jamais aceitei uma
visão meramente racionalista e técnica da poesia", disse
Gullar em 96.
Entre outros autores que
dialogaram com o concretismo estão: José Paulo Paes,
José Lino Grunewald, Edgard Braga e Pedro Xisto.
Além dos integrantes do
movimento tropicalista.
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