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Crítica/série/"Lipstick Jungle"
Versão "envelhecida" de "Sex" é mais do mesmo
CRISTINA FIBE
DA REPORTAGEM LOCAL
Cortaram a Charlotte; envelheceram e repaginaram Carrie, Samantha e Miranda. Dez
anos depois da estréia da série
"Sex and the City" (que acabou
em 2004), a escritora Candace
Bushnell, 49, volta às telas com
"Lipstick Jungle" (na tradução
literal, "selva de batom").
A fórmula é quase idêntica:
mulheres independentes e glamourosas (entenda-se endinheiradas e fúteis) compartilham seus problemas mais íntimos (amorosos e sexuais), em
meio aos prédios, táxis e bares
de Nova York. Mas, agora, elas
estão mais perto dos 40 do que
dos 30 anos e têm carreiras
mais consolidadas.
A favor da série, que estréia
amanhã na Fox, há o fato de ter
sido bem recebida nos EUA, garantindo uma segunda temporada -"Cashmere Mafia", também "inspirada" em "Sex" e
protagonizada por Lucy Liu,
durou só sete episódios.
À história: no lugar de Carrie,
agora quem sofre a dor de ser
solteira-em-busca-do-príncipe
é a estilista Victory Ford (a talentosa Lindsay Price).
Já nos primeiros episódios,
Victory consegue repetir uma
série de feitos que a protagonista escritora de "Sex and the
City" demorou seis temporadas para alcançar.
Aqui estão os altos e baixos
profissionais, o bloqueio criativo, a paixão pelo milionário
com medo de compromisso
(um novo Mr. Big?) e até a viagem dos sonhos a Paris.
Mas Victory não narra os episódios, como Carrie fazia, e
perde espaço pela insistência
da produção em fazer de Brooke Shields o foco prioritário.
A nova Miranda
A personagem de Shields,
Wendy, se parece com a Miranda de "Sex", justamente quem
menos atraía o público. É que
sua vida tem menos graça
-mãe, workaholic, precisa
conciliar as necessidades da família e o sucesso profissional.
Sai a advogada (Miranda), entra uma executiva de cinema,
trazendo para "Lipstick" outro
elemento cada vez mais corrente nas séries americanas: os
bastidores de Hollywood.
Logo no início da primeira
temporada, que estreou em fevereiro nos EUA, uma inimiga
de Wendy arrisca sua carreira
espalhando na mídia suas falhas como mãe.
Para salvá-la, entra em cena a
terceira melhor amiga, Nico
(Kim Raver). A loira fatal, casada, dará um toque "Samantha"
à série. É ela quem protagoniza
as cenas picantes dos primeiros
episódios, porém não com a
mesma ousadia da ninfomaníaca de "Sex and the City".
E, se há dez anos o jeito "libertário" de Samantha surpreendia, hoje ele soa um tanto
envelhecido.
É essa a principal falha de
"Lipstick Jungle". Sem surpreender, a série retoma o que
no século passado foi novidade.
LIPSTICK JUNGLE
Quando: estréia amanhã, às 22h
Onde: na Fox
Classificação indicativa: não recomendada para menores de 16 anos
Avaliação: regular
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