|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELEVISÃO
No episódio de estréia do seriado homônimo, que vazou na internet, ator apatetado lamenta a falta dos colegas
Sozinho, Joey sente saudade dos "friends"
KIKE MARTINS DA COSTA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quando o seriado "Joey" estrear
nos EUA e na TV brasileira, daqui
a cerca de três meses, não serão só
os telespectadores que sentirão
falta dos demais astros de
"Friends". O próprio Joey (Matt
LeBlanc) confessa no primeiro
episódio da nova série que sente
saudade de seus amigos e que se
viu obrigado a mudar para Los
Angeles porque cada um seguiu
um novo rumo e ele "sobrou".
A sitcom "Joey" é o grande investimento da próxima temporada da televisão americana, que viu
no primeiro semestre de 2004 o
fim de seriados como "Friends",
"Sex and the City", "Frasier" e
"Whoopi", entre outros.
Desenvolvida a partir do personagem Joey Tribbiani, o ator canastrão interpretado por Matt LeBlanc em "Friends", a nova série
foi apresentada na semana passada à imprensa em Los Angeles e
uma cópia do episódio de estréia
vazou para a internet. Quem baixá-lo verá que Joey continua divertido e completamente trapalhão, mas também poderá notar
uma ponta de melancolia e nostalgia no personagem.
A história começa com o ator se
mudando de Nova York para Los
Angeles, e nem mesmo a viagem
transcorre sem trapalhadas. Por
engano, nosso anti-herói desembarca no aeroporto de Dallas, mas
consegue chegar à Califórnia. Lá,
ele encontra a irmã, Gina (Drea de
Matteo, de "Família Soprano"), e
seu sobrinho. Ela é uma cabeleireira estabanada e burralda como
o irmão, mas seu filho, Michael
(Paulo Costanzo), é um jovem engenheiro espacial, um rapaz bastante inteligente que por sorte não
herdou o Q.I. dos Tribbiani.
Sonhando com uma carreira de
sucesso em Hollywood, Joey
aposta todas as suas fichas no papel principal que sua nova agente
consegue para ele em um seriado
de ação, mas a produção é abortada antes de ir ao ar. Para não ficar
sem trabalho, Joey acaba se metendo em várias confusões e faz
até um teste para ser apresentador
de telejornal.
A parte triste é quando, no final
do episódio, Joey explica para sua
irmã que, às vezes, decisões aparentemente dolorosas e mudanças drásticas podem ser a solução
para grandes problemas na vida
das pessoas. "Eu era feliz em Nova
York e não queria que as coisas
mudassem, mas meus amigos se
casaram, saíram da cidade ou tiveram filhos. Todos mudaram,
então eu também resolvi dar uma
chance à mudança, mas confesso
que está sendo dureza", diz.
Enquanto em Nova York os
amigos eram a família de Joey, na
Califórnia ele tenta fazer de seus
familiares os seus novos amigos.
Matt LeBlanc está bem à vontade no papel -e não poderia ser
diferente, já que há dez anos ele
encarna esse personagem. Drea
de Matteo e Paulo Costanzo também desempenham seus papéis
com um "timing" perfeito e surpreendem positivamente. A vizinha gostosa de Joey, que foi interpretada pela loirinha Ashley Scott
(de "A.I. - Inteligência Artificial")
no piloto disponível na web, não
foi aprovada pelos produtores e
por um grupo de telespectadores
que assistiu a uma sessão fechada.
Quando a série chegar à TV, o
personagem será encarnado por
outra atriz.
Pelo que se vê no episódio de estréia, "Joey" dá pinta de que será
um seriado bacaninha, mas tem
uma grande desvantagem em relação a "Friends". Enquanto a sitcom que ficou dez anos no ar tinha seis protagonistas e os roteiristas conseguiam fazer malabarismos incríveis para contar às vezes seis historinhas paralelas em
um só episódio, em "Joey" o astro
é só um, e isso iguala a série a tantas outras comédias que atualmente estão no ar na TV.
Com um só astro, é como se os
produtores estivessem decretando "Joey': ame-o ou deixe-o".
Com vários personagens fortes,
capazes de segurar sozinhos uma
subtrama, os telespectadores não
enjoam fácil do protagonista e
muito menos do seriado. Resta
saber se Joey vai segurar a onda
sozinho.
Texto Anterior: "A periferia hoje se vê em outros programas" Próximo Texto: Receitas ficam em segundo plano nos programas sobre gastronomia Índice
|