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Pegadinha armada da Band paga R$ 5
CAIO GUATELLI
REPÓRTER-FOTOGRÁFICO
Em pleno Vale do Anhangabaú,
centro de São Paulo, sob a luz do
sol, uma moça vestida com um
maiô lilás e short curto estava
amarrada a uma árvore e pedia
socorro. A cena foi armada para
uma pegadinha do programa
"Claquete", apresentado por Otávio Mesquita na Bandeirantes.
A reportagem da Folha flagrou
a equipe de produção do programa pagando R$ 5 a um desempregado para que ele fingisse cair na
brincadeira. Alexandre de Moraes
Lino, 28, fotocopista desempregado, passava pelo local quando
avistou a movimentação de atores
e da equipe de televisão. Aproximou-se dos curiosos que se aglomeravam na gravação e foi surpreendido por um produtor que
segurava uma prancheta e algumas notas de R$ 5.
Lino foi convidado a participar
do quadro e, em troca, receber o
dinheiro. Teria de agir de acordo
com o script que lhe foi entregue.
Seu papel era tentar salvar a moça
e ser surpreendido pela ira do marido dela, interpretado por um
ator anão.
Morador de rua, ele estava no
Vale do Anhangabaú pedindo esmola para comprar seu almoço e
topou a armação. Foi instruído
sobre o roteiro, fez sua parte e saiu
com a nota no bolso.
Depois da gravação, Lino confirmou a armação à Folha. Disse
ter topado participar da cena por
estar com fome e não ter dinheiro
para comprar seu almoço.
Os produtores não quiseram
dar entrevista e pediram para a reportagem não ser publicada.
A direção da Band, por meio de
sua assessoria de imprensa, afirmou que "desconhece esse tipo de
procedimento e irá apurar o fato".
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