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Reclamações levam a reelaboração de critérios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A secretária nacional de Justiça,
Cláudia Chagas, 40, preside a comissão que irá redefinir os critérios de classificação do conteúdo
de programas televisivos e fitas de
cinema. Leia abaixo trechos de
entrevista concedida pela secretária à Folha.
Folha - Por que o governo decidiu
rever os critérios de classificação
do cinema e da televisão?
Claudia Chagas - Houve essa decisão porque as pessoas cada vez
mais querem que a gente assuma
uma postura de suspender o programa, de proibir, coisa que não
podemos, que é ilegal. Há cartas
de mães que chegam dizendo que
têm vergonha de assistir à novela
junto com a filha. Outras, cobram
alguma providência direta do ministro [da Justiça, Márcio Thomaz Bastos], acham que ele tem
que tirar o programa do ar.
Folha - Quais as principais queixas dos telespectadores?
Chagas - Sexo e violência, nesta
ordem.
Folha - As emissoras não seriam
capazes de, juntas, fazer uma auto-regulamentação da programação?
Chagas - Se ficar só na auto-regulamentação, o Estado se retira.
As emissoras ainda não criaram
suas ouvidorias para saber o que
as pessoas acham do que estão assistindo. O Estado tem que fiscalizar como defesa dos interesses da
sociedade. Hoje há receio de falar
de qualquer forma de controle,
porque surge logo a idéia de censura. Não é censura, mas também
não pode ser omissão. Penso que
já amadurecemos o suficiente para não ter medo de confundir isso
[classificação] com censura. O Estado tem que entrar nessa questão
com a família, com a sociedade.
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