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Diretor aponta liberdade no teatro cubano
DA ENVIADA A HAVANA
"É preciso levantar forcas e
forcas e forcas", diz a rainha
Liz, sobre as torturas que faz
aos artistas, seus "servos". Ela
foi criada pelo escritor cubano
Reinaldo Montero, publicado
no Brasil pela Companhia das
Letras, que nega qualquer comparação com Fidel Castro. "Essa pergunta não se faz. A mim,
política cansa", diz ele.
Para Montero, os cubanos
têm "uma enorme liberdade"
no teatro. "Podemos escrever
de sexo, política, amor. Estamos num bom momento", afirma. O ingresso para uma peça
custa cinco pesos, menos de R$
0,50. Por isso, diz, "em Cuba,
não há teatro comercial, só experimental. Há o grupo Buendía, o El Público, o Teatro De La
Luna etc.".
Fundador do Buendía, em
1985, o ator e diretor José Alonso concorda com a liberdade
("Há cinco anos, o governo nos
permite dizer o que quisermos"), mas não fala em bom
momento. "A dramaturgia está
escassa. Encontram-se poucos
textos para montar", diz.
"Mas não reclamo. Tenho salário mensal [cerca de 500 pesos, ou R$ 30], sala para ensaiar
de graça, o governo paga a produção. Como vou deixar Cuba?", justifica. Alonso não deixou o país, mas saiu do Buendía
há dois anos. O motivo: a cada
viagem internacional que o
grupo fazia, pelo menos um integrante decidia não voltar
mais para Cuba.
(AF)
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