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Depoimento "A vida da gente não pode ficar à mercê da balança" BEATRIZ*ESPECIAL PARA A FOLHA Aos 15 anos, eu comecei a provocar vômitos sempre que achava que tinha comido demais. Mas esses episódios eram raros. Por volta dos 17, eu estava bem acima do peso e fiz uma série de dietas rigorosas. Fiquei viciada em emagrecer, forçava o vômito e me obrigava a comer no máximo 700 calorias por dia (o recomendado são 2.000). Eu gostava de ser elogiada pela silhueta e caber em roupas que meu peso normal não permitia. Toda adolescente gosta disso. Mas foi se tornando excessivo, e eu não percebia que estava magra demais. É difícil para uma anoréxica entender que a busca da beleza pela magreza pode torná-la uma pessoa feia, diferente do que ela procura. Por causa da falta de nutrientes, meu cabelo ficou ralo, minhas unhas, quebradiças, e meus dentes, fracos. Eu, que tenho 1,70 m, cheguei a pesar menos de 50 kg. Foi minha mãe quem percebeu o problema e me ajudou a buscar tratamento, depois de insistir muito. Não posso dizer que estou curada, mas o problema está sob controle. Vou a consultas regulares para monitorá-lo e fiz questão de falar sobre o assunto com minhas amigas, com meu namorado e com colegas de escola. Eu sei que na maior parte das vezes dá vergonha falar sobre isso. Mas é preciso vencer o medo. A vida da gente não pode ficar à mercê da balança. Acho bom quando famosos revelam que sofrem do mesmo problema. Isso estimula jovens como eu aceitar que têm um problema e que podem se tratar. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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