São Paulo, domingo, 01 de dezembro de 2002

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PLANO DIRETOR EM DEBATE

Trabalho busca detectar os pontos críticos; propostas só serão discutidas em janeiro

Ipiranga procura decifrar problemas

DA REPORTAGEM LOCAL

Devagar, sempre e com consciência. É assim que o distrito do Ipiranga, situado na zona sul de São Paulo, tem discutido o Plano Diretor Regional. O urbanista Maximiliano Noviello Peregrina, 55, nomeado pela subprefeitura para coordenar os debates, explica que a fase é de diagnósticos.
"Não vamos receitar antes de conhecermos a fundo o paciente. As pessoas devem lembrar que o efeito do Plano Diretor será para daqui a dez anos ", afirma.
Mais uma reunião, batizada como "Mapa Falado", será agendada pela subprefeitura, com o objetivo de trazer à tona o conhecimento tácito dos moradores.
Para isso, cada grupo de representantes da comunidade local terá em mãos um mapa territorial onde poderá apontar as dificuldades do distrito em temas específicos, como moradia e trânsito.
Mesmo assim, começam a aparecer nas reuniões questões pontuais, como as enchentes do córrego Ipiranga e na avenida Presidente Wilson e a situação dos moradores da Vila Carioca.
Já o urbanista Bruno Padovano, 51, professor da Universidade de São Paulo e presidente do Idea (Instituto para o Desenvolvimento Avançado), pensou no Museu do Ipiranga quando propôs, em 1997, a reurbanização da avenida Dom Pedro 1º e sua integração às praças do Monumento e Alberto Lion. "Ajudaria a manter suas referências históricas", observa.

Heliópolis
Mas a percepção é de que será inevitável prestar mais atenção à favela Heliópolis, sobretudo porque ela abriga um quinto da população local, segundo a subprefeitura. A tendência é a de transferir o direito de propriedade dos terrenos para os moradores.
"O Estatuto da Cidade possibilita isso", explica José Geraldo de Paula Pinto, 37, secretário-geral da Unas (União de Núcleos, Associação e Sociedade de Heliópolis e São João Clímaco).
Segundo Peregrina, a urbanização da favela também "vai precisar de regras mais flexíveis de uso e ocupação do solo, como os padrões de recuo das casas".
No cálculo da Unas, a urbanização da favela significaria a retirada de 3.000 famílias. "Temos alguns terrenos que poderiam servir para esse fim, como o pátio do DSV, de 500 mil m2", diz José Geraldo Pinto. (NATHALIA BARBOZA)


Associações:
Associação das Indústrias da Região de Itaquera, 0/xx/11/6748-8291; Reviva a Vila Carioca, 0/xx/11/6168-5285; Unas, 0/xx/11/272-0140.


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