|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PLANO DIRETOR EM DEBATE
Trabalho busca detectar os pontos críticos; propostas só serão discutidas em janeiro
Ipiranga procura decifrar problemas
DA REPORTAGEM LOCAL
Devagar, sempre e com consciência. É assim que o distrito do
Ipiranga, situado na zona sul de
São Paulo, tem discutido o Plano
Diretor Regional. O urbanista
Maximiliano Noviello Peregrina,
55, nomeado pela subprefeitura
para coordenar os debates, explica que a fase é de diagnósticos.
"Não vamos receitar antes
de conhecermos a fundo o paciente. As pessoas devem lembrar
que o efeito do Plano Diretor será
para daqui a dez anos ", afirma.
Mais uma reunião, batizada como "Mapa Falado", será agendada pela subprefeitura, com o objetivo de trazer à tona o conhecimento tácito dos moradores.
Para isso, cada grupo de representantes da comunidade local terá em mãos um mapa territorial
onde poderá apontar as dificuldades do distrito em temas específicos, como moradia e trânsito.
Mesmo assim, começam a aparecer nas reuniões questões pontuais, como as enchentes do córrego Ipiranga e na avenida Presidente Wilson e a situação dos moradores da Vila Carioca.
Já o urbanista Bruno Padovano,
51, professor da Universidade de
São Paulo e presidente do Idea
(Instituto para o Desenvolvimento Avançado), pensou no Museu
do Ipiranga quando propôs, em
1997, a reurbanização da avenida
Dom Pedro 1º e sua integração às
praças do Monumento e Alberto
Lion. "Ajudaria a manter suas referências históricas", observa.
Heliópolis
Mas a percepção é de que será
inevitável prestar mais atenção à
favela Heliópolis, sobretudo porque ela abriga um quinto da população local, segundo a subprefeitura. A tendência é a de transferir o direito de propriedade dos
terrenos para os moradores.
"O Estatuto da Cidade possibilita isso", explica José Geraldo
de Paula Pinto, 37, secretário-geral da Unas (União de Núcleos,
Associação e Sociedade de Heliópolis e São João Clímaco).
Segundo Peregrina, a urbanização da favela também "vai precisar de regras mais flexíveis de uso
e ocupação do solo, como os padrões de recuo das casas".
No cálculo da Unas, a urbanização da favela significaria a retirada de 3.000 famílias. "Temos alguns terrenos que poderiam servir para esse fim, como o pátio do
DSV, de 500 mil m2", diz José Geraldo Pinto.
(NATHALIA BARBOZA)
Associações:
Associação das Indústrias da Região
de Itaquera, 0/xx/11/6748-8291;
Reviva a Vila Carioca, 0/xx/11/6168-5285; Unas, 0/xx/11/272-0140.
Texto Anterior: Plano diretor em debate: Itaquera quer rever perfil de dormitório Próximo Texto: Bronca: Vila Carioca pede tratamento especial Índice
|