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A nova geração
Ethan Canin
Destaque na cena literária recente de San
Francisco (Costa Oeste dos EUA), sua prosa já
assumiu ambientações variadas, seja na
chamada América profunda (em "Blue River") ou na metrópole nova-iorquina nos
anos 70 (em "For Kings and Planets"). Canin
admite como principais influências os escritores Saul Bellow e Scott Fitzgerald. No Brasil, já foi publicado "O Ladrão do Palácio"
(Ediouro), uma antologia com quatro narrativas que apanham personagens em instantes de impasse e de decisão existencial, em
meio à banalidade do cotidiano
Michael Chabon
Nascido em 1963, em Washington, estudou
na Universidade de Pittsburgh. Chabon recebeu elogios do público e da crítica graças a
obras como "Garotos Incríveis", "Usina de
Sonhos" e "Incríveis Aventuras de Kavalier
& Clay" (todas publicadas no Brasil pela ed.
Record). O último, que em 2000 ganhou o
Prêmio Pulitzer de melhor romance, retrata
a Nova York que se segue ao crash na Bolsa,
nos anos 30 e 40. O "New York Times" destacou "a linguagem aguda e o engenho"
Dave Eggers
Editor da revista trimestral "McSweeney's
Quarterly Concern" e do site de crítica e literatura "McSweeney's" (www.
mcsweeneys.net), Eggers é um dos escritores mais esquivos da nova geração. Avesso a
fotos e entrevistas, lançou-se em 2000 com
o ousado livro de memórias "A Heartbreaking Work of Staggering Genius" (publicado no Brasil pela Rocco como "Uma Comovente Obra de Espantoso Talento"), que se
apóia no embaralhamento de gêneros e
metatextualidade narrativa. Apesar da
pouca idade -33 anos- e da pequena produção -lançou no ano passado seu segundo romance, "You Shall Know Our Velocity"
(Você Deve Conhecer Nossa Velocidade)-,
Eggers influenciou escritores como os americanos Ben Greenman e Neal Pollack e mesmo a inglesa Zadie Smith
Ben Greenman
Editor da revista "New Yorker", lançou-se
em 2001 com a coleção de narrativas curtas
"Superbad". Bastante diferentes entre si,
elas oscilam desde histórias relativamente
convencionais até fragmentos de programas de TV ou trechos de músicas fictícios
A.M. Homes
Crueldades cotidianas de uma América
triunfante e estranha. Famílias de uma felicidade "publicitária" que mal camufla os
conflitos reais. Sexualidade, rebeldia, psicose. É esse o tipo de olhar sobre a sociedade
americana lançado pela jovem e polêmica
escritora, segundo quem, "após a Segunda
Guerra, construiu-se uma sociedade baseada no conceito de "sonho americano", mas
se esqueceu daquilo que a palavra sonho
implica'". Escreveu livros como "Music for
Torching" (1999) e "The End of Alice" (1996)
Matthew Klam
Sua notoriedade veio com o livro de contos
"Sam the Cat and Other Stories" (2000), em
que aborda com humor as complicações da
sexualidade e da vida afetiva nos tempos
atuais. Klam diz que as seguintes questões
impulsionam sua ficção: "O amor faz mal?
Posso conhecer a pessoa que amo? Posso
confiar na amizade? Posso aceita o êxito?".
Dizendo-se influenciado por Alice Munro e
John Cheever, Klam é um escritor com grande penetração entre os leitores jovens
Michael Knight
Trabalha como professor de escrita criativa.
É autor de "Dogfight and Other Stories"
(1998), uma coletânea de contos marcados
pelo sabor local das narrativas -passadas
no Alabama, seu Estado natal- e pela habilidade em transpor pessoas comuns para
uma dimensão quase mítica, evocando figuras como Édipo e Caim e Abel. Em seus
textos, os animais desempenham habitualmente a função de catalisadores das ações
humanas, como adultérios ou brigas. Sobre
suas influências, Knight diz: "Scott Fitzgerald me fez escrever. [Raymond] Carver me
fez acreditar que era possível"
Jonathan Lethem
Autor de "Brooklyn sem Pai nem Mãe" publicado em 1999 e lançado aqui pela Companhia das Letras, Lethem admite ter sofrido influências de Don DeLillo, Kafka e Hitchcock. Transitando por gêneros como o western, a ficção científica e a narrativa policial,
seus contos e romances constroem, nas palavras do autor, uma "celebração de Nova
York, de sua variedade sublime e monstruosa, a cor e energia de suas ruas, seu espectro
étnico e sua santidade secular". O ambiente
contracultural e boêmio do Brooklyn dos
anos 70, onde cresceu, é uma referência
central para o conjunto de sua obra
Chuck Palahniuk
"Nossas vidas são muito limpas no mundo
ocidental. Raramente vemos um morto em
nossa vida. Não matamos para comer. Evitamos os comportamentos violentos.
Quem sabe a ficção descarnada seja uma
forma de dar saída a essas experiências",
defende Palahniuk, que se celebrizou pela
prosa crua e pelas situações "selvagens" de
narrativas como "Clube da Luta" (ed. Nova
Alexandria), de 1996 -livro que seria levado às telas por David Fincher, em 1999. Palahniuk se diz influenciado por Michael
Chabon e David Foster Wallace, os únicos
escritores contemporâneos que leu. Em julho ele irá lançar nos EUA "Fugitives and Refugees", um livro de viagens sobre a cidade
de Portland, no Estado de Oregon
Neal Pollack
O jornalista de Chicago transformou a si
mesmo em um arquétipo -um "titã das letras americanas", como em "The Neal Pollack Anthology of American Literature"
(2000). Para a "Rolling Stone", o livro é
"uma grande sátira da vaidade autoral"
George Saunders
Também de Chicago, ganhou destaque
com livros como a antologia "Pastoralia"
(2001), em que projeta para o futuro próximo uma América convertida em "parque
temático" e recortada em lugares como "A
Cidade das Drogas". Sua prosa é afeita ao
humor escatológico e ao exagero. Outros livros do autor são "CivilWarLand in Bad Decline" (1996). Sua ficção já apareceu em revistas de peso, como a "New Yorker", além
de ter ganho o National Magazine Award
em 1994 e 1996. Formou-se em engenharia
geofísica, especializando-se em análises sísmicas para a prospecção de petróleo, ramo
que o levou a passar dois anos na ilha de Sumatra, na Indonésia
David Foster Wallace
Considerado um dos mais expressivos autores da nova geração -tendo inclusive
amealhado uma espécie de culto em torno
de si-, sua notoriedade se deve em especial ao romance "Infinite Jest", que lançou
em 1996, aos 33 anos. O livro -assim como
"The Broom Of The System" (1987)- narra
uma busca de significado e identidade pessoal, e, segundo a crítica feita pelo "New
York Times" à época, caracteriza a vida
americana de então como "depressiva, intoxicada e totalmente comercializada"
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