São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2008

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Terceirização freia aplicação de medidas de segurança

DOS ENVIADOS AO INTERIOR DE SP

A edição de março de 2007 do jornal "Contato", da usina Nova América, divulgou suas operações na lavoura, por meio da Nova América Agrícola: "Hoje 100% do plantio manual, incluindo os terceiros, já conta com o cinto de segurança". No mesmo mês, uma blitz do Grupo Móvel de Fiscalização Rural visitou uma fazenda em Maracaí (SP). Flagrou funcionários da Nova América em cima de um caminhão, a mais de 2 metros de altura, jogando cana para ser plantada por quem seguia no chão.
O pessoal sobre o veículo não usava cinto. A empresa comprometeu-se a assegurar equipamento a todos.
A realidade da roça nem sempre corresponde 100% à propaganda das usinas de etanol. No mês passado, o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Marcos Jank, participou da Mesa de Diálogo com governo e sindicalistas para tratar do trabalho na cana.
Jank afirmou, segundo a Agência Brasil: "Já 100% das usinas não estão terceirizando o corte da cana, mas ainda há problemas nos fornecedores de cana em São Paulo". Três semanas depois, o procurador do Trabalho Silvio Beltramelli Neto acusou a usina Santo Antônio de terceirizar ilegalmente a produção de cana.
A Justiça determinou em liminar que a usina "abstenha-se de contratar terceiros". A Santo Antônio diz "não ter trabalhadores terceirizados".
A Cooperativa dos Plantadores de Cana da Zona de Guariba promoveu campanha com seus funcionários para prevenir câncer. No canavial, quase 100% dos cortadores não recebem protetor solar para evitar o câncer de pele.


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