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Prefeitura quer ajudar pequenos comerciantes
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE PARIS
Não existe uma só padaria na
área da avenida Champs-Elysées.
Aparentemente banal, a ausência
de baguetes fresquinhas saídas do
forno no bairro mais badalado da
cidade é o exemplo extremo de
uma questão crucial para a Prefeitura de Paris: a retração do pequeno comércio.
Nos últimos dez anos, o número
de mercearias diminuiu 25%, o de
peixarias e açougues, 35%. Em
três anos, 110 açougues baixaram
as grades. Sem o açougueiro, o
fruteiro ou o florista do bairro, os
moradores tem de andar mais ou
pegar o carro para comprar o básico. Resultado: mais congestionamentos, mais poluição, tudo o
que a prefeitura não quer. Além
disso, os bairros se descaracterizam, e os habitantes os abandonam. "Sem comércio, não há vida", resume Pierre-Alain Brossault, consultor da Secretaria de
Urbanismo.
Para reverter a situação, a prefeitura reduzirá as taxas para criação de negócios, impedirá que lojas sejam transformadas em residências (os "lofts" da moda) e
criou uma empresa para comprar
estabelecimentos ameaçados de
trocar de ramo e alugá-los, deixando tempo ao novo comerciante de fazer uma clientela até ele
poder comprar o imóvel. Já há orçamento para a compra de 200 lojas por ano. Sete foram adquiridas.
A prefeitura começou a agir pelas ruas que se especializaram numa só atividade, como a venda de
roupas por atacado. Perto da praça da Bastilha, há uma área em
que 95% do comércio pertence a
atacadistas. "Agora, para comprar qualquer coisinha, tenho de
andar meia hora", diz a moradora
Camille Badoit.
Outra forma de defender o pequeno comerciante é dificultar a
instalação de lojas muito grandes.
Recentemente, o projeto de um
grande supermercado no norte
da cidade só foi aprovado com
sua área de alimentos reduzida a
um quarto do pretendido. A Fnac
teve seu plano de abrir uma terceira loja no bulevar Saint-Germain recusado.
(FV)
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